O grupo parlamentar da UNITA diz-se preocupado com a corrupção na Casa de Segurança do Presidente da República e considera que a situação é uma grave ameaça à estabilidade política do Estado.
Em consequência, o principal partido da oposição em Angola exige a demissão do governador do Banco Nacional de Angola (BNA) e do responsável da Unidade de Informação Financeira daquela instituição e a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) ao banco central e ao Ministério das Finanças para determinar a extensão das conexões fraudulentas com os Órgãos Auxiliares do Presidente da República.
Veja Também Angola: BNA confirma que dinheiro na posse de major Lussaty saiu de banco comercialLiberty Chiyaka, presidente do grupo parlamentar do partido do galo negro afirmou em conferência de imprensa nesta quinta-feira, 3, em Luanda, ser “de interesse geral que o combate à corrupção não seja considerado pela sociedade como uma mera estratégia de distração devido ao fracasso da governação”.
Mas, acrescentou, “infelizmente, pode levar-nos a esta conclusão porque são muitos os casos sem responsabilidade política, civil e penal, a começar pelo chefe de gabinete do Presidente da República.
Veja Também Oposição diz que João Lourenço falhou na limpeza das Forças ArmadasChiyaka afirmou que “ninguém movimenta milhares de milhões de dólares, sozinho” e pergunta “qual é a conexão que existe entre os dinheiros alegadamente encontrados na posse do major Pedro Lussaty e as exonerações na Casa de Segurança do Senhor Presidente da República?”
Ele destacou que Lussaty não era um gestor orçamental e questionou “quem é que assinou as ordens de saque?”
Aquele parlamentar também criticou o que chamou de “carnaval” ao se levar a Televisão Pública de Angola a mostrar um caso que supostamente estava em segredo de justiça.
“Quantas mais malas, sacos, Grecimas e contentores haverá por aí? E porque surgem só agora? E se houve transferências para o exterior quem as fez? E para quem?”, perguntou Liberty Chiyaka, para quem “a corrupção na Casa de Segurança do Presidente da República é uma grave ameaça a estabilidade política do Estado”.
“Por isso propomos uma reforma profunda aos órgãos auxiliares do Presidente da República”, quem reiterou a exigência de demissão do governador do BNA e do responsável da Unidade de Informação Financeira do BNA”, bem como a criação de uma CPI.
A VOA tentou o contacto com o porta-voz do MPLA, Rui Falcão mas sem sucesso.