Indiferente à reacção do MPLA à manifestação realizada em Luanda, a UNITA prepara “marchas pela liberdade” em outras províncias, com a primeira agendada para domingo, 2, no Lobito, na província de Benguela, onde vai apresentar exemplos do que chama de perseguições e presos políticos, no sentido de mostrar que também luta pelo quadro social do país fora das instituições do Estado.
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O partido líder da oposição em Angola aponta para prisões e torturas de activistas cívicos e diz mesmo que membros seus, incluindo o presidente Adalberto Costa Júnior, estão a ser ameaçados.
Sem detalhar aspectos sobre liberdades na perspectiva da verdade eleitoral, o
secretário-geral da UNITA, Álvaro Chicamângua, opta por destacar perseguições no pós-eleitoral, começando por situações que preocupam o secretário na província de Luanda.
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“De repente, ameaças aos seus filhos, quando o político é ele, é uma forma de limitar a liberdade do Nelito. Vários dirigente, incluindo o presidente, o mais velho Mulato, o mais velho Numa e outros acordaram e viram nas suas casas o desenho de uma caveira a dizer ‘está anotado’. Vocês sabem que o crânio é sinal de perigo, os filhos e as esposas estão preocupados”, conta aquele responsável da UNITA.
O município do Lobito, em Benguela, acolhe a primeira marcha pela liberdade fora de Luanda, com a UNITA, segundo o seu secretário-geral, indiferente ao pensamento do MPLA, partido criticou a manifestação em Luanda, ao citar actos que “visam alterar o sentimento expresso nas urnas”.
Chicamângua salientou, nesta entrevista à VOA, que existem razões para protestos similares em outras províncias.
“Na Lunda Norte, um grupo de nove jovens foi preso, apenas porque foi reclamar a subida dos bilhetes do avião, que antes das eleições estava mais baixo. Eles foram obrigados a colar a sua actividade cívica à UNITA. Já no Cuando Cubango, a nossa sede é vigiada, assim como os dirigentes, por isso dizemos que eles querem amedrontar para colocar as pessoas de joelho”, concluiu o secretário-geral do partido do “galo negro”.
A VOA insistiu num contacto com o secretário para Informação do MPLA, Rui Falcão, mas sem sucesso.
Há duas semanas, o ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, Marcy Lopes, garantia, à chegada ao pelouro, que a luta pela defesa e promoção direitos fundamentais dos cidadãos seria uma medida prioritária, tendo actores da sociedade civil, em reacção, manifestado reticências.
Foi o reafirmar de um discurso do seu antecessor, Francisco Queiroz, agora no Conselho da República.