UNITA promete recorrer à ONU devido a intolerância política

Deputados da UNITA em Monte Belo

Adalberto da Costa Júnior diz haver uma "cobardia generalizada"

A UNITA pretende encontrar nas Nações Unidas a solução para a intolerância política em Angola, após a violência registada em várias províncias na sequência das eleições gerais, com agressões, ameaças de morte e vandalização de bens dos seus militantes.

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Vice presidente da UNITA diz que direitos humanos poderão ser levantados em foruns internacionais - 1:46


O deputado Adalberto da Costa Júnior, que esteve no último final de semana em Benguela a visitar os 14 feridos do Monte Belo, onde os prejuízos são estimados em 35 milhões de kwanzas, refere que o país não pode estar na ONU com a matriz de violência.

Antes de ter visitado os feridos e os cerca de 30 imóveis vandalizados, entre casas e lojas, costa Júnior ouviu o secretário no município do Bocoio, José Tchilumbo, criticar a postura do governador da província, Rui Falcão.

"O senhor governador provincial esteve cá mas nem fez referência a isso, limitou-se a vangloriar a vitória. Ele quis desconhecer o que se viveu naquela área’’, aponta o secretário.

Meios da UNITA destruídos em Monte Belo

Da agressão do secretário na província da Lunda Sul, atingido pela carga policial, ao assassinato do filho do deputado Joaquim Nafoia, passando pelo Bocoio, Adalberto da Costa Júnior criticou o silêncio dos dirigentes do MPLA e de líderes religiosos.

Perante este cenário, refere, é preciso apresentar factos em organizações internacionais dos direitos humanos.

"É um facto que está a expor o nome de Angola lá fora. Nós tivemos eleições e… eu faço aqui uma pergunta: qual foi a voz de um alto dirigente do MPLA a lamentar os incidentes daqui do Bocoio? Eu começaria pelo governador, mas também lamento o silêncio das igrejas, isto é cobardia generalizada. É crime, agressão às populações, está dentro das disposições da ONU, onde Angola fica sentada à procura de visibilidade, quando na prática viola todas as obrigações. A nossa luta, agora, será também nas instituições internacionais dos direitos humanos’’, acusa Adalberto da Costa Júnior.

Contactado várias vezes pela VOA, o partido no poder continua em silêncio.

A Polícia Nacional, também visada nas críticas, diz que o inquérito em curso vai permitir responsabilizar os culpados.

No Bocoio, a 110 quilómetros da cidade de Benguela, estão cinco detidos, apontados como envolvidos em actos de agressões e destruição de casas e estabelecimentos comerciais.