UNITA pede inquérito parlamentar ao desalojamento de centenas de pessoas em Luanda

Estrada do Zango II, Luanda, Angola

Raúl Danda Governo de agir em nome dos interesses de um grupo que "insiste em manter-se no poder” e administração municipal alega ocupação ilegal de terras

A UNITA, principal partido da oposição em Angola, pediu à Assembleia Nacional um inquérito parlamentar para apurar as circunstâncias em que o Governo provincial de Luanda mandou destruir centenas de casas construídas nas proximidades de centralidade do Sequele, deixando famílias inteiras desprotegidas.

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UNITA quer inquérito a demolição de centenas de casas – 2:48


Em conferência de imprensa realizada na terça-feira, 8, o "primeiro-ministro sombra” do Governo daquele partido, Raúl Danda, exigiu ainda do Presidente da República, João Lourenço, o realojamento “urgente” das famílias em causa, maioritariamente pobres e sem meios de subsistência.

Raúl Danda, deputado da UNITA

Afirmando-se defensora dos pobres, a UNITA acusa o Governo de, alegadamente, ter agido em nome dos interesses de um grupo que, segundo Danda,“insiste em manter-se no poder”.

A UNITA entende que “a forma como elas foram expulsas dos seus casebres constitui uma ofensa clamorosa à Constituição de Angola e à lei”.

A Administração Municipal do Cacuaco alegou, entretanto, que aquelas famílias foram expulsas por ocupação ilegal dos terrenos afectos à reserva fundiária do Estado.

Entretanto, Fernando Pinto, que lidera a organização “Anjupana” de apoio à criança pobre, no Bairro do Zango, na vila de Viana, duvida que a pretensão da UNITA venha a ser atendida pelo Governo.

Pinto diz que há 11 anos espera pela casa que o Governo provincial de Luanda prometeu aquando da evacuação dos moradores de uma das zonas de risco, na capital do país.