UNITA: João Lourenço deve explicar ao país os "milhões roubados" da Casa de Segurança

O que se passou "põe em causa a segurança nacional, é traição à pátria”, diz Kamalata Numa

Um destacado líder da UNITA disse que João Lourenço deve dar uma explicação pública sobre o escândalo de corrupção na Casa de Segurança do Presidente da República de Angola.

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UNITA diz que João Lourenço tem que explicar ao público a corrupção na sua Casa de Segurança – 2:16

Milhões de dólares e euros foram apanhados alegadamente na posse do major Paulo Lussaty, funcionário da Casa de Segurança no que parece ser parte de um esquema envolvendo o desvio de dinheiro de fundos da Presidência.

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O general na reserva da UNITA, Abílio Kamalata Numa, disse ser difícil entender como é que milhões foram roubados “a partir do palácio” presidencial.

Abílio Kamalata Numa, político da UNITA. Angola

“O palácio transformou-se num antro de ladrões”, acusou Kamalata Numa, para quem “não é possível aceitar-se isso”.

“Não vejo pessoas sãs no seio do MPLA que aceitem isso”, disse aquela destacada figura da UNITA.

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“Isto é gravíssimo, é o mais grave que pode acontecer ao país, põe em causa a segurança nacional, é traição à pátria”, afirmou Kamalata Numa.

“O Senhor Presidente da República é obrigado a dar uma explicação aos angolanos”, acrescentou o general na reserva, que exige de Lourenço uma explicação para "nos dizer como é que esse dinheiro saiu dos bancos”.

Por seu lado, o general Bento dos Santos "Kangamba", militante do MPLA, afirmou que a acusação de Kamalata Numa “não pode ser verdade” porque o Governo de João Lourenço tem feito todo o possível para estancar o fenómeno da corrupção “que está no país todo”.

General Bento Kangamba

“O que se está a fazer é melhorar as condições das tropas, as condições dos funcionários e pensamos que isso é o mais importante”, afirmou "Kangamba".

O escândalo Paulo Lussaty explodiu quando ele foi detido com milhões de dólares e euros e ainda com 45 casas em Angola, cinco em Portugal e vários carros topo de gama.

Na sequência, o Presidente da República demitiu o ministro de Estado e Chefe da Casa de Segurança, Pedro Sebastião, muito próximo de João Lourenço, e vários oficiais generais da instituição.