Um destacado líder da UNITA disse que João Lourenço deve dar uma explicação pública sobre o escândalo de corrupção na Casa de Segurança do Presidente da República de Angola.
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Milhões de dólares e euros foram apanhados alegadamente na posse do major Paulo Lussaty, funcionário da Casa de Segurança no que parece ser parte de um esquema envolvendo o desvio de dinheiro de fundos da Presidência.
Veja Também "Saco azul" em Angola, ilegal para uns, com respaldo constitucional para outrosO general na reserva da UNITA, Abílio Kamalata Numa, disse ser difícil entender como é que milhões foram roubados “a partir do palácio” presidencial.
“O palácio transformou-se num antro de ladrões”, acusou Kamalata Numa, para quem “não é possível aceitar-se isso”.
“Não vejo pessoas sãs no seio do MPLA que aceitem isso”, disse aquela destacada figura da UNITA.
Veja Também Oposição diz que João Lourenço falhou na limpeza das Forças Armadas“Isto é gravíssimo, é o mais grave que pode acontecer ao país, põe em causa a segurança nacional, é traição à pátria”, afirmou Kamalata Numa.
“O Senhor Presidente da República é obrigado a dar uma explicação aos angolanos”, acrescentou o general na reserva, que exige de Lourenço uma explicação para "nos dizer como é que esse dinheiro saiu dos bancos”.
Por seu lado, o general Bento dos Santos "Kangamba", militante do MPLA, afirmou que a acusação de Kamalata Numa “não pode ser verdade” porque o Governo de João Lourenço tem feito todo o possível para estancar o fenómeno da corrupção “que está no país todo”.
“O que se está a fazer é melhorar as condições das tropas, as condições dos funcionários e pensamos que isso é o mais importante”, afirmou "Kangamba".
O escândalo Paulo Lussaty explodiu quando ele foi detido com milhões de dólares e euros e ainda com 45 casas em Angola, cinco em Portugal e vários carros topo de gama.
Na sequência, o Presidente da República demitiu o ministro de Estado e Chefe da Casa de Segurança, Pedro Sebastião, muito próximo de João Lourenço, e vários oficiais generais da instituição.