UNITA e MPLA de costas voltadas sobre autarquias

Adalberto Costa Junior

Ministro Adão de Almeida promete ouvir as propostas da UNITA

A UNITA descarta consensos com o Governo do MPLA quanto a temas da actualidade política angolana, particularmente em relação ao que considera ser um “criminoso gradualismo geográfico’’ nas autarquias, e reafirma que o modelo de repatriamento de capitais proposto pelas autoridades ignora o dinheiro escondido no país.

Em Benguela, nesta quarta-feira, 25, no seguimento de uma visita de trabalho, o líder da Bancada Parlamentar do “galo negro’’, Adalberto Costa Júnior, afirmou que a sociedade civil deve pressionar para contrapor perigos à solta em Angola.

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UNITA e MPLA de costas voltadas sobre autarquias - 2:09

Agarrado à abertura democrática anunciada pelo Presidente João Lourenço, o ministro da Administração do território e Reforma do Estado, Adão de Almeida, em resposta a uma questão colocada pela VOA, assegura que as propostas da UNITA para as autarquias não vão ser engavetadas.

“Vamos ter depois a fase do debate parlamentar. Como sabemos, ao nível do procedimento legislativo parlamentar podem existir outras propostas e, neste quadro, podemos encontrar alguns consensos’’, explica o governante.

Adalberto Costa Júnior, um dos vários deputados que visitam 17 províncias do país, espera para ver, mas tem já uma certeza.

“Não vão ser criados consensos à volta deste gradualismo do MPLA, é um sinal de pobreza, mais diferenças entre os angolanos e a falta de cidadania para os municípios que ficarem retardados nesta questão. Fazer em 35 ou 40 municípios é um crime, isto deve ser dito’’, refere o deputado.

Descartada a hipótese de auditoria à dívida pública angolana, também mencionada pelo líder parlamentar, o repatriamento de capitais é outro tema a marcar a actualidade.

Costa Júnior, que lembra o Regime Extraordinário de Regulação Patrimonial do seu partido, sugere a atenção à sociedade civil na análise do projecto do Executivo, que diz ser tão imoral quanto perigoso.

“Devemos aproveitar a oportunidade e atingir vários objectivos, como trazer dinheiro para o país, regularizar o dinheiro escondido cá em Angola, onde muitas pessoas têm medo de assumir que o têm. Dizer que se faz o repatriamento só em relação aos dinheiros … às vezes já não esta no banco, fica sem alcance. Portanto, tudo aquilo que foi alvo de desvios públicos deve regressar, em forma de dinheiro ou de património’’, argumenta Júnior.