Na província do Huambo existem localidades onde o poder do Estado não se faz presente e o terror tomou conta das populações locais, denuncia o secretário provincial da Unita que considera haver violência nestas zonas só comparada ao que acontece na Síria e no Iraque.
Your browser doesn’t support HTML5
Liberty Chiaka diz que tudo acontece por causa dos actos de intolerância política contra aqueles que se identificam com a Unita, praticados por quem ele chama de terroristas, ou seja indivíduos ligados ao partido no poder em Angola.
As comunas de Chipipa, Mbave, Cumbila e Galanga são, na óptica do dirigente partidário, as localidades onde mais se fazem sentir estes actos.
"O Estado deve recuperar o controlo de certos territórios perdidos como as comunas de Galanga, Cumbila Mbave e Chipipa onde terroristas infiltrados no MPLA criaram pequenos Estados fundamentalistas a exemplo de territórios da Síria e Iraque controlados por radicais", denuncia Chiaka.
Segundo dados apresentados hoje em conferencia de imprensa, Liberty Chiaka descreveu o cenário no Huambo de grave onde nos últimos anos de paz 28 cidadãos ligados ao seu partido foram assassinados por intolerância política.
“No último sábado mais um membro da Unita foi barbaramente assassinado no município do Longondjo, subindo para 28 os assassinados e, como é cultura, não vai haver investigação nem os culpados serão responsabilizados", diz Chiaka.
Este cenário que se assiste no Huambo e noutras partes do país faz com que a Unita veja Angola mergulhada numa profunda “crise de valores, de identidade, de governação, do Estado de direito, da sociedade, das famílias, crise do Estado como pessoa de bem e de cidadania".
Por causa disso, a Unita no Huambo resolveu propor um memorando ao Governo e à sociedade denominado Compromisso Nacional.
O memorando contém 10 pontos e vai ser entregue formalmente ao governador do Huambo, acompanhado de denúncias de intolerância política que se verificam no planalto central.
Durante a conferência de imprensa, o secretario provincial da Unita Liberty Chiaka não descartou a possibilidade de o seu partido recorrer à justiça internacional caso os órgãos internos continuem sem reagir aos assassinatos protagonizados contra membros do partido.
A VOA tentou, mas sem sucesso, contactar a entidade máxima do Governo e do MPLA na província.