A UNITA avisa que poderá não se responsabilizar por acções dos seus militantes que estão “fartos” da campanha de desinformação e “diabolização” contra o seu presidente Adalberto Costa Júnior.
O MPLA reage e nega, mais uma vez, estar envolvido em qualquer campanha contra o líder da UNITA, enquanto afirma que as acusações do partido do "galo negro" são reflexos de fraqueza e problemas internos
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Na sequência de uma reunião do Comité Permanente da Comissão Política da UNITA, convocada para discutir a questão, o general na reforma e secretário para os Antigos Combatentes, Abilio Kamalata Numa, acusa o MPLA de estar envolvido numa campanha de “combater até à exaustão a UNITA e o seu presidente.... comprando pessoas, apresentando-as na televisão”.
Numa afirma que os militantes do seu partido começam a reagir contra essa campanha.
“Voces viram o que aconteceu aqui na Viana, onde havia uma reunião e os militantes se organizaram e foram lá”, diz, em referência a um incidente em que militantes da UNITA impediram um encontro em que os seus organizadores pretendiam fazer acusações ao presidente da UNITA.
“Nós não nos vamos responsabilizar com o que possa acontecer”, assegura Kamalata Numa, que nega que a UNITA apoie esse tipo de acção, continuando a respeitar as leis e Constituição.
“Mas os militantes também se fartam e nós não nos vamos responsabilizar com o que venha a acontecer”, reitera.
Entretanto, em resposta, numa longa mensagem, Rui Falcão, porta-voz do MPLA, afirma que “o MPLA tem mais de quatro milhões de militantes com quem tem de se preocupar de forma permanente” e “não tem tempo para se preocupar com a vida interna de outros partidos”.
“Qualquer um que tenha problemas internos, sonha com fantasmas e, acordado, tem insónias. A respeito, já fizemos um comunicado muito claro. Não temos e continuamos a não ter nada a ver com problemas internos de outros partidos. Sempre foi e vai continuar a ser essa a nossa postura. Quando internamente os problemas não são resolvidos, ainda há a possibilidade de recurso para os órgãos judiciais. Fazer recurso a terceiros que nada têm a ver com isso, só pode ser entendido como sinónimo de fraqueza e desespero”, conclui Rui Falcão.
Observadores em Luanda têm notado o aumento da "temperatura" nos discursos do MPLA e da UNITA, quando o país encontra-se em ano pré-eleitoral.