No que considera ser um derradeiro apelo à bancada parlamentar do MPLA, a UNITA reforça que não se deve aprovar planos de tarefas para eleições gerais e autárquicas, como aconteceu em Maio de 2015, e depois hesitar na hora da sua implementação.
O líder da bancada parlamentar do galo negro Adalberto da Costa Júnior indica que o travão na emissão de bilhetes de identidade, por supostas dificuldades financeiras, "atrapalha" o registo oficioso.
Um ano após a votação, por consenso, de tarefas inscritas no Sistema de Gestão e Informação dos Processos Eleitorais (SIGEP), ao abrigo do qual a Assembleia Nacional deveria ter aprovado já uma série de leis, a UNITA fala em atrasos que podem estorvar o compromisso com o ano de 2017.
A trabalhar com os companheiros da oposição na elaboração de leis, num exercício que não conta com o partido no poder, Adalberto da Costa Júnior afirma que não existem tarefas em análise no Parlamento.
Ele acusa o MPLA de estar a “deixar cair compromissos”, mesmo com as cartas que espera servir de ponte, endereçadas tanto à direcção do partido como ao presidente da Assembleia Nacional
“Quando este acordo foi negociado, as direcções dos partidos foram envolvidas. Assim sendo, não acreditamos que o MPLA aprove algo só para ganhar tempo, para depois deixar cair os compromissos com a Nação, pensando apenas nos seus interesses’’, realça Costa Júnior, antes de ter sublinhado que se trata de uma postura péssima, que deve ser informada aos angolanos.
Na hora da apresentação de provas, o deputado fala da aprovação de uma lei aparentemente sem consistência.
“A lei do registo oficioso foi forçada e, agora, não há bilhetes em posse dos cidadãos. Vamos fazer o registo ao arrepio da lei’’, reforça, para mais adiante lembrar que o SIGEP permite acabar com as lacunas anteriores e garante transparência nos pleitos.
Enquanto pressiona, a UNITA continua, no terreno, a mostrar lacunas capazes de fortalecer o seu discurso de mudança.
Apesar destas preocupações, o MPLA, sem reagir directamente a acusações de manobras, continua a emitir sinais que apontam para a realização do pleito em 2017.
João Martins, secretário para os Assuntos Políticos, Eleitorais e Económicos do partido maioritário, lembra que imperativos constitucionais exigem eleições no próximo ano e diz que “é importante apagar o clima de incertezas”.