A UNITA, principal partido da oposição em Angola, na província do Uíge, acusa o MPLA, no poder, de perseguir os seus militantes e promete processar judicialmente um enfermeiro e agentes dos Serviço de Investigação Criminal, da Polícia Nacional e dos serviços secretos no município de Ambuíla.
Em entrevista à VOA, o secretário provincial da UNITA, Felix Simão Lucas, disse que os agentes andavam de casa a casa a ameaçar os dirigentes da UNITA, guiados por um enfermeiro que também estava armado com uma pistola.
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“Ainda ontem levaram um dos nossos militantes ao comando municipal e foi preciso haver uma intervenção da nossa parte, mas estavam presentes indivíduos da polícia, da investigação criminal e dos serviços secretos na mesma noite, o mais caricato é que aparece no mesmo grupo um enfermeiro chamado Baltazar, armado com uma arma de tipo pistola, que indicava as residências dos quadros da UNITA”, contou Simão Lucas, acrescentando que esta prática está a ser recorrente.
Veja Também Novo Governo angolano aguardado com manifestações da oposiçãoEle revelou ainda que cerca de 10 militantes, amigos e simpatizantes da UNITA no município de Maquela do Zombo foram presos e libertados há cinco dias.
Simão Lucas lembra que foram apresentadas à Procuradoria Geral da República no Uíge várias queixas-crime do género, mas que nunca foram respondidas e promete remeter novamente o processo criminal dos agentes envolvidos.
A VOA procurou ouvir a reação do MPLA, mas o secretário do Gabinete de Informação e Propaganda do partido Virgílio Cordeiro, numa entrevista não gravada, revelou não ter comentários a fazer a nível local e que o comité central já havia se pronunciado sobre as denúncias da UNITA.
Por outro lado, o delegado provincial do interior no Uíge, Monteiro Matias, recusou a prestar informação sobre o assunto “por alegadamente desconhecer o caso e aconselhou a UNITA a apresentar provas da ocorrência que envolve os supostos agentes envolvidos no crime”.
O porta-voz do SIC no Uíge, Zacarias Fernando, que também não quis dar entrevista, alegando falta de autorização, diz desconhecer o caso, mas que se a UNITA já apresentou a queixa à PGR deve aguardar a resposta.