Um mês após cheias, várias zonas de São Tomé ainda isoladas e sem água potável

São Tomé, district0 de Lemba

Governo apresenta pedido de ajuda à ONU

São Tomé precisa de mais de quase 37 milhões de dólares para custear os danos causados pelas enxurradas dos dias 28 e 29 de Dezembro do ano passado, de acordo com o relatório de pedido de ajuda à comunidade internacional estregue esta quarta-feira, 26, às Nações Unidas.

Dados expostos no documento indicam que os danos mais avultados são no sector das infraestruturas. Serão necessários mais de 23 milhões de dólares para recuperar pontes, estradas e a estação de tratamento de água potável na cidade de Neves.

No sector da agricultura os prejuízos ultrapassam os 2,8 milhões de dólares.

Saúde, comércio e serviços são as outras áreas com danos avultados indicados no relatório de pedido de ajuda à comunidade internacional.

Fez hoje um mês que o mau tempo causou duas vítimas mortais e danos avultados e na regiãos mais afectada há ainda situações graves agudizadas ela falta de meios médicos e outros

Em Lembá, a região do país mais afectada pelas enxurradas, além da falta de apoio para erguer casas e campos agrícolas, várias localidades continuam isoladas devido à queda das pontes e a solução encontrada pelo governo para levar água a população através de um dos rios que atravessa a região está a causar vários problemas de saúde no distrito.

“Quando apanhamos essa água e colocamos num recipiente, no dia seguinte, lama e lixo é que acumulam no fundo do recipiente”, disse um habitante da cidade de neves.

“O hospital está cheio de casos de infeção urinária e diarreia”, afirmou Filomena Roque outra habitante de Neves.

Trinta dias depois das enxurradas a Irmã Lúcia Cândido do projeto integrado de Lembá, descreve a situação da falta de água potável como muito preocupante.

“Temos mais de duas mil pessoas ao nosso cuidado. Precisamos de água para tudo. As crianças aparecem aqui com diarreia e vomito e nós temos que mandá-las para casa”, disse a missionária da igreja católica.

Por seu lado o médico, delegado da área de saúde de Lembá, Tomé Lima, também se sente com as mãos atadas.

“Só nos resta sensibilizar as pessoas a ferverem a água, mas elas não o fazem”, lamentou o médico.

Além da falta de água potável, um mês depois das enxurradas centenas de famílias continuam à espera de ajuda das autoridades para erguer as casas e campos agrícolas.

“ Por exemplo o jovem que perdeu a filha em Ponte Samu, até hoje a casa dele continua no meio do rio. Ele e o resto da família estão na casa de outros familiares”, afirmou uma das vítimas.