Em Moçambique, suscitaram preocupação as recentes declarações do líder da Renamo, Afonso Dhlakama, que ameaça voltar a paralisar a estrada nacional número um (EN1), que liga o sul e o norte, para forçar o governo a aceitar as suas exigências relativas à criação de autarquias provinciais.
Your browser doesn’t support HTML5
"Vou parar a estrada e dizer que nenhuma viatura passa por aqui", avisou Afonso Dhlakama, discursando nas cerimónias do trigésimo quinto aniversário do Destacamento Feminino da Renamo, domingo passado, numa antiga base do movimento, na província central de Manica.
Maimuna Abdul, gestora hoteleira, diz que não gostaria que as ameaças se concretizassem, acrescentando que ainda não conseguiu reerguer-se, depois dos prejuízos que teve, na sequencia dos ataques do ano passado.
O economista José Tomo também disse que um eventual bloqueio da EN1, principal rodovia moçambicana, vai ter graves consequências, sobretudo na economia.
Segundo o economista, se a Renamo levar a cabo ataques ao longo daquela estrada, as exportações moçambicanas poderão diminuir e isso fará com que a balança de pagamentos seja deficitária.
O empresário Luís Francisco diz que muitas vezes tem de enviar equipamentos, via terrestre, para o centro e norte do País, mas se houver ataques, vai ser difícil continuar a faze-lo e muitas pessoas vão perder o emprego.
Para o professor universitário Tomás Rondinho, a melhor e única saída para esta tensão é o diálogo, ao mais alto nível das lideranças da Frelimo e da Renamo.