Uíge: Oposição quer saber onde está o dinheiro dos "professores fantasma"

Lista de professores fantasmas no Uíge

"É uma roubalheira do erário público," diz CASA CE

Por Moniz Francisco

Os dois principais partidos da oposição angolana querem saber o que aconteceu aos 240 milhões de Kwanzas (2,4 milhões de dólares) alegadamente pagos em salários a professores “fantasmas”.

O vice presidente da UNITA, Ernesto Mulato, que visitava o Uíge à frente de uma delegação parlamentar disse que nunca se vai saber ao certo o que aconteceu em caso semelhantes a este.

“Nesses escândalos que têm se passado muitas vezes apenas se diz que foram recuperados x milhões daí e acolá, mais depois não se sabe o que se faz com esses milhões”, disse.

“Voltaram à caixa do Estado para beneficiar a população? Ou ficou assim e fica com eles? Porque estes valores pararam na conta da direcção provincial da educação e não na conta do tesouro? Para onde foram?” questionou Mulato.

O vice-presidente disse que deve haver uma investigação sobre os casos do género porque “outros já não temem a cadeia … isso que não é bom porque está a encorajar as pessoas a roubar cada vez mais quando prejudicam outras pessoas”.

"Um roubo autêntico"

Olavo Castigo, membro da CASA-CE, aponta a situação dos “professores fantasmas” no Ministério da Educação como falta de transparência e de credibilidade de quem governa, pelo facto de existirem salários acima de 2 milhões de Kwanzas nas listas de professores fantasmas quando na folha de salário do Ministério das Finanças não existe nenhum professor a auferir este montante.

De acordo com Olavo Castigo a culpa deve ser atribuída “ao governo provincial, que sabe para onde vão estes valores”.

“Isso é uma roubalheira autêntica ao erário publico, nós vamos marcar um encontro com o governador para justificar isso” rematou.