Na zona leste do Uganda mais de 5.000 famílias serão reassentadas devido aos deslizamentos de terras, uma vez que uma grande fissura ameaça desencadear outra catástrofe mortal, informou o governo no domingo, 15.
Segundo as autoridades, o desmoronamento de encostas após fortes chuvas no final de novembro matou pelo menos 36 pessoas no distrito de Bulambuli, com dezenas de pessoas ainda desaparecidas e cinco aldeias devastadas pela lama.
Desde então, o governo fez soar o alarme sobre a perspetiva de uma nova catástrofe, após o aparecimento de “uma grande fenda em terra nas montanhas, cobrindo cerca de 70 quilómetros”, disse à AFP, no domingo, a ministra de Estado para a assistência e preparação para catástrofes, Lillian Aber.
“Isto é suficiente para desencadear a evacuação imediata da população e não esperar por uma evacuação forçada”, disse Aber.
“Não podemos ficar à espera que aconteça uma catástrofe”, acrescentou a ministra.
O governo ugandês estabeleceu um prazo de duas semanas para que os residentes evacuem antes que as autoridades intervenham para os obrigar a partir, disse Aber.
Todos os evacuados receberão “um pacote de reinstalação em dinheiro e terras”, disse a ministra.
Aber afirmou que a ordem de evacuação afetava os distritos montanhosos de Bulambuli, Mbale, Sironko, Kapchorwa, Kween, Bukwo e Bududa.
As recentes estações chuvosas na África Oriental têm sido mais violentas do que o normal, com o fenómeno meteorológico El Nino a intensificar as chuvas.
Pelo menos duas pessoas morreram no Uganda durante a anterior estação das chuvas, entre março e maio. No vizinho Quénia, o tempo chuvoso fez pelo menos 228 mortos, 72 desaparecidos e mais de 200.000 deslocados no mesmo período, segundo dados oficiais.
Em fevereiro de 2010, o leste do Uganda sofreu um dos deslizamentos de terra mais devastadores da história do país, matando mais de 350 pessoas no distrito de Bududa, no sopé do Monte Elgon.