O Governo da Ucrânia exigiu um cessar-fogo imediato e a retirada das forças russas à chegada da sua delegação nesta segunda-feira, 28, para encontros com a Rússia, enquanto o Presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy exortou a União Europeia (UE) a conceder ao seu país a adesão imediata ao bloco.
As negociações entre a Ucrânia e a Rússia devem ter lugar perto da fronteira Ucrânia-Bielorrússia.
Veja Também EUA, UE e Reino Unido mais perto de expulsar a Rússia do sistema SWIFTA delegação ucraniana inclui o ministro da Defesa, Oleksii Reznikov, e o conselheiro presidencial Mykhailo Podolyak.
Entretanto, no meio da invasão, Volodymyr Zelenskyy pediu a adesão rápida à UE numa mensagem de vídeo na qual também encorajou as tropas russas a deporem as armas.
"O nosso objectivo é estarmos juntos com todos os europeus e, mais importante ainda, estarmos em pé de igualdade", disse ele, acrescentando "tenho a certeza de que é justo, tenho a certeza de que é possível".
Veja Também Suécia junta-se aos polacos no boicote à Rússia nos play-offs do MundialO secretário-geral da NATO Jens Stoltenberg disse que falou por telefone com o líder ucraniano e "elogiou-o pela bravura do povo e das forças armadas da Ucrânia".
Bielorússia envia tropas
A Rússia enfrenta uma pressão diplomática e económica crescente nesta segunda-feira, o quinto dia da invasão, com a Assembleia Geral das Nações Unidas a realizar uma sessão de emergência, a moeda russa a mergulhar num nível recorde de queda e a entrada em vigor de novas sanções contra o banco central do país.
Veja Também Invasão da Ucrânia coloca em dúvida o contrato da Gazprom com a UEFAO Ministério da Defesa do Reino Unido disse hoje que as tropas russas estão a mais de 30 quilómetros a norte da capital da Ucrânia, Kyiv, e que "as falhas logísticas e a firme resistência ucraniana continuam a frustrar o avanço russo".
Esta conclusão corresponde a uma avaliação de um alto funcionário da defesa dos EUA que revelou aos repórteres no domingo, "não ter qualquer indicação de que os militares russos tenham tomado o controlo de qualquer cidade".
Um funcionário da Administração americana indicou que as tropas russas poderiam em breve ser reforçadas por forças da Bielorrússia.
Um dia depois de a União Europeia ter dito que estava a enviar caças para a Ucrânia, a Austrália comprometeu-se na segunda-feira a uma entrega não especificada de equipamento militar letal.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse aos repórteres na segunda-feira, 28, que a UE estava empenhada num comportamento hostil em relação à Rússia, e que fornecer armas à Ucrânia era um "factor extremamente perigoso e desestabilizador".
Peskov disse também que embora as sanções impostas contra a Rússia sejam pesadas, tem estado a planear para enfrentá-las e "tem o potencial de compensar os danos"
Por seu lado, a Casa Branca indicou que o Presidente Joe Biden vai conversar com vários aliados nesta segunda-feira sobre os últimos desenvolvimentos na Ucrânia "e para coordenar a nossa resposta unida".
Força nuclear em alerta máximo
No domingo, Vladimir Putin ordenou as forças nucleares russas a entrarem em alerta máximo em resposta ao que chamou de medidas "hostis" por parte do Ocidente, cuja unidade e rapidez na imposição de sanções à economia russa surpreenderam os observadores.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) revelou que mais de meio milhão de pessoas fugiram da Ucrânia desde o início da invasão.
Até agora, pelo menos 350 civis foram mortos e há mais de 1.700 feridos.
Desconhecem-se números sobre baixas entre as forças ucranianas, e, do lado da Rússia, embora Moscovo tenha reconhecido baixas entre as suas tropas não revelou qualquer número.