Três jornalistas presos na Tunísia por criticarem o governo

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Jornalistas tunisinos em manifestação em Dezembro pela libertação de um colega preso em Dezembro por criticar o ministro do Comércio. FOTO DE ARQUIVo

As autoridades tunisinas ordenaram no domingo a prisão de dois jornalistas por causa de comentários críticos às autoridades do país, disse um advogado, um dia depois das forças de segurança terem invadido a ordem dos advogados e levado a comentadora política Sonia Dahmani sob custódia.

Dahmani, também advogada, foi presa na noite de sábado depois de criticar o estado da Tunísia na televisão, disse a sua advogada Dalila Msaddek numa publicação no Facebook.

Msaddek disse que houve um “ataque da polícia contra a sede da ordem dos advogados” em Túnis, com “advogados agredidos e o sequestro da colega Sonia Dahmani para um local desconhecido”.

Ña mesma noite o apresentador de TV e rádio Borhen Bssais e o comentarista político Mourad Zeghidi foram presos por comentários críticos ao governo, disse o advogado Ghazi Mrabet.

Mrabet disse que as autoridades no domingo colocaram a dupla sob um “mandado de detenção de 48 horas e [eles] terão que comparecer perante um juiz de instrução”.

Segundo Mrabet, Zeghidi estava a ser perseguido "por uma publicação nas redes sociais em que apoiava um jornalista detido", referindo-se a Mohamed Boughalleb, que foi condenado a seis meses de prisão por difamação de um funcionário público, bem como por "declarações feitas durante programas de televisão desde fevereiro."

Zeghidi é comentarista da televisão tunisina e trabalha com Bssais, que apresenta programas em canais privados de rádio e TV.

A motivação exacta para a prisão de Bssais permanece obscura, mas segundo Mrabet, ele foi detido sob o Decreto 54 que pune a produção e divulgação de “notícias falsas”.

A lei, assinada pelo Presidente Kais Saied em Setembro de 2022, tem sido criticada por jornalistas e figuras da oposição que afirmam que tem sido utilizada para reprimir a dissidência.

Desde que o decreto entrou em vigor, mais de 60 jornalistas, advogados e figuras da oposição foram processados ao abrigo do mesmo, segundo o Sindicato Nacional dos Jornalistas Tunisinos.