Trump oferece protecção a imigrantes em troca de verba para o muro

Donald Trump fala à nação

Presidente propõe reinstalar programas de protecção a imigrantes e corrigir sistema migratório "quebrado"

O Presidente americano, Donald Trump, propôs neste sábado, 19, apoiar uma legislação que protege por três anos jovens imigrantes ilegais conhecidos como “dreamers” - do programa DACA, do antigo Presidente Barack Obama - e assim como uma extensão do mesmo prazo para portadores do estatuto de protecção temporária (TPS, na sigla em inglês), em troca de 5,7 mil milhões de dólares para a construção de um muro ou barreira na fronteira com o México.

Numa mensagem à nação, precedida de uma cerimónia de atribuição de cidadania a alguns residentes, Trump, que classificou de crise de segurança e humanitária a situação na fronteira com o México, incluiu ainda a promessa de 800 milhões de dólares para assistência humanitária, 805 milhões de dólares para detecção de drogas, a contratação de 2.750 agentes de fronteira e 75 novos juízes de imigração, sem, no entanto, explicar de onde virá esse dinheiro.

No seu discurso de pouco mais de 10 minutos, o Presidente não fez qualquer referência aos cerca de 800 mil funcionários que não recebem salários devido ao facto de o Governo estar parcialmente encerrado em virtude da da falta de acordo entre o Presidente e o Congresso sobre o financiamento do muro na fronteira.

Trump anunciou, no entanto, que o líder republicano no Senado Mitch McConnel irá apresentar uma proposta para terminar a paralisação parcial do Governo, que já dura 29 dias e é a mais longa da história.

Sistema quebrado

No início da sua intervenção, Donald Trump destacou o "sistema quebrado de imigração" e enumerou problemas como tráfico de drogas e ataques violentos a mulheres e crianças na região.

"Nosso sistema de imigração deveria ser objecto de orgulho e não motivo de vergonha, como é agora, vergonha perante o mundo todo", afirmou o Presidente que voltou a pedir uma solução bipartidária à questão imigratória, reiterando esperar um "apoio entusiasmado" dos democratas.