O Presidente americano, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira, 22, medidas comerciais contra a China ao assinar um um memorando que poderá levar o país a impor tarifas em até 60 mil milhões de dólares em produtos de tecnologia importados da China, por suposto roubo de propriedade intelectual.
"Nós vamos fazer uma secção 301, que é uma acção comercial. E isso pode ser da ordem de 60 mil milhões de dólares. Mas isso é apenas uma fracção”, disse Trump, lembrando que o défice dos Estados Unidos com a China é de cerca de 500 mil milhões por ano.
A medida assinada pelo Presidente americano inclui tarifas de importação contra produtos chineses, disputas na Organização Mundial do Comércio e restrições de investimentos.
Medidas por definir
A primeira medida será aplicada a uma lista de produtos que será publicada dentro de 15 dias pelo Governo americano.
De acordo com o memorando assinado, haverá um período de consulta de 60 dias antes da imposição de uma acção concreta contra a China.
Nesse período, as autoridades chinesas poderão negociar com as americanas e os sectores da indústria americana poderão fazer suas propostas sobre quais serão os produtos tributados.
O memorando também prevê que os Estados Unidos iniciem um processo na Organização Mundial do Comércio (OMC) para combater o que foi classificado como "práticas discriminatórias de licenciamento de tecnologia".
A últimas das sanções contra a China é a limitação de investimentos de capital chinês em indústrias e tecnologias americanas a decidir por Washington.
China contra-ataca
Momentos depois do anúncio do Presidente americano, o embaixador da China junto da OMC, Zhang Xiangchen, garantiu que Pequim está a preparar um pacote de resposta com Washington e que vai resistir ao protecionismo.
Xiangchen, que acredita no diálogo entre as duas potências, admitiu no entanto que o seu país pode apresentar uma reclamação junto da OMC contra o pacote de tarifas, mas que esta é apenas uma opção.
"Há um direito legítimo para a China fazer isso. Mas eu não excluiria outras opções”, reiterou à agência Reuters.