O Presidente Donald Trump apelou, esta sexta-feira, 7, ao encerramento da agência de ajuda dos EUA, USAID, numa escalada da sua campanha sem precedentes para desmantelar a gigantesca agência governamental de ajuda humanitária, que tem gerado confusão e caos na sua rede global.
“A CORRUPÇÃO ESTÁ A NÍVEIS RARAMENTE VISTOS ANTES. FECHEM-NA!” escreveu Trump numa declaração com a sua marca registada, em maiúsculas, na sua aplicação Truth Social, sem especificar a que tipo de fraude e corrupção se refere.
A administração Trump já congelou a ajuda externa e ordenou que milhares de funcionários baseados no estrangeiro regressassem aos Estados Unidos, com os impactos relatados no terreno a aumentarem constantemente.
Na quinta-feira, um funcionário do sindicato confirmou a informação de que o atual número de funcionários da USAID, 10.000, seria reduzido para cerca de 300.
Os sindicatos estão a contestar a legalidade da investida, que inclui ofertas de compra por Musk a trabalhadores federais de todo o governo.
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Democratas prometem lutar contra mudanças na USAID
A antiga diretora da USAID, Samantha Power, afirmou que o desmantelamento da agência é “um dos piores e mais dispendiosos erros de política externa da história americana”.
Esta decisão “põe em risco milhões de vidas, milhares de empregos americanos (...) e compromete seriamente a nossa segurança nacional e influência no mundo - e enquanto isso (líderes) extremistas e autoritários se regozijam”, escreveu Power, que dirigiu a USAID durante o mandato do democrata Joe Biden, num editorial para o New York Times.
Trump fala sobre possível encontro com Zelensky
Donald Trump avançou ainda que “provavelmente” irá encontrar-se com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, na próxima semana, disse durante uma breve troca de impressões com a imprensa na Sala Oval da Casa Branca.
O Presidente reiterou também a sua intenção de manter conversações com o Presidente russo, Vladimir Putin, adiantando que nunca teria existido uma guerra entre os dois países se fosse então o líder norte-americano.
O presidente dos EUA, Donald Trump, fala ao lado do vice-presidente dos EUA, JD Vance, durante uma reunião com o primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, na Casa Branca em Washington, EUA, 7 de fevereiro de 2025.
Durante a sua campanha, o republicano prometeu acabar imediatamente com a guerra na Ucrânia assim que regressasse ao poder, mas nunca foi muito claro sobre os pormenores do seu plano de paz.
Esta semana, Volodymyr Zelensky disse que estava pronto para negociar diretamente com Vladimir Putin. O Kremlin considerou que se tratava de “palavras vãs”.
EUA autorizam temporariamente a isenção de direitos aduaneiros para pequenas encomendas provenientes da China
Os Estados Unidos vão permitir temporariamente a entrada de pequenas encomendas provenientes da China ao abrigo de uma isenção de direitos aduaneiros, segundo uma ordem da Casa Branca, adiando uma regra que provocou receios de perturbações no comércio.
No passado fim-de-semana, o Presidente Donald Trump impôs novas taxas alfandegárias à China, incluindo uma taxa adicional de 10% sobre as mercadorias, que entrou em vigor na terça-feira.
Essa medida também suspendeu uma isenção que permitia que as importações avaliadas em 800 dólares ou menos entrassem nos Estados Unidos com isenção de impostos - depois de a disposição ter sido objeto de forte escrutínio.
Trump ameaça Japão com tarifas
O presidente Donald Trump ameaçou na sexta-feira impôr tarifas sobre os produtos japoneses se o défice comercial dos EUA com Tóquio não for igualado, enquanto se encontrava com o primeiro-ministro Shigeru Ishiba, em Washington.
Ishiba, que é apenas o segundo líder estrangeiro a visitar a Casa Branca desde que Trump voltou ao poder, elogiou o presidente dos EUA enquanto tentava construir um vínculo com o mercurial Trump.
Durante o encontro na Sala Oval, Ishiba elogiou a “presença destemida de Trump, que se levantou e ergueu o punho bem alto no céu”, depois de o republicano ter sobrevivido a uma tentativa de assassinato no ano passado.
O primeiro-ministro japonês - cujo país é um aliado fundamental dos EUA contra uma China em ascensão e uma Coreia do Norte com armas nucleares - disse que o seu país era o maior investidor nos Estados Unidos e que iria aumentar a sua despesa.
Mas Trump insistiu que queria “igualdade” na balança comercial entre os dois países - e disse “sim” quando questionado se as tarifas poderiam seguir-se se não houvesse progresso.
Trump também disse que os dois iriam discutir a espinhosa questão da oferta pública de aquisição da US Steel bloqueada pela Nippon Steel.