Amy Coney Barrett é a juíza escolhida pelo Presidente americano Donald Trump para o lugar aberto no Supremo Tribunal pela morte de Ruth Bader Ginsburg no passado dia 17.
Ela agora deve ser aprovada pelo Senado, controlado pelos republicanos, o que deve acontecer antes das eleições presidenciais de 3 de novembro.
Ao anunciar a escolha, o Presidente disse que Barrett "vai tomar decisões de acordo com o texto da Constituição como está escrito", nomeadamente na defesa da segunda emenda, que permite o uso de armas a todos os cidadãos, e na liberdade religiosa.
Ao se dirigir à juíza, Donald Trump reiterou “você está lá para cumprir seu dever e seguir a lei onde quer que ela o leve”, acrescentando ser “isso que a juiza Barrett fará na Supremo Tribunal”.
Quanto ao processo de aprovação no Senado, Trump reiterou que “deve ser ser uma confirmação direta e imediata" e pediu aos legisladores e à imprensa que se abstenham de ataques pessoais e partidários a Barrett.
Na esteira do Presidente, a juiza prometeu seguir a Constituição e garantiu que não deixará as visões pessoais ultrapassarem a aplicação do texto da lei.
Ela começou a sua intervenção por dizer estar honrada com a escolha e destacou a figura de Ruth Bader Ginsberg, quem ela disse “ter sido muito talentosa”.
“A juíza Ginsburg começou a carreira dela num momento em que as mulheres não eram bem-vindas na profissão jurídica, mas ela não apenas quebrou, mas esmagou os tetos de vidro”, afirmou Barrett, quem também destacou os ensinamentos do falecido juiz do Supremo Tribunal, Antonin Scalia, com quem ela trabalhou.
"As lições que aprendi ainda ressoam, a filosofia judicial dele também é minha, um juiz deve aplicar a lei como escrita”, afirmou Amy Coney Barrett, realçando que “os juízes não são legisladores e eles devem ser peremptórios em deixar de lado quaisquer opiniões políticas que possam ter”.
Amy Coney Barret
Mãe de 7 filhos, dois deles adotados e de 48 anos de idade, Barrett é católica e tem assumido posições conservadoras em temas como a legalização do aborto, prática permitida nos EUA por uma decisão do Supremo Tribunal de 1973 mas que é legalmente questionada com frequência no país.
Ela também está alinhada com as posições do Presidente em relação ao uso de armas e imigração, embora quanto aos direitos dos homossexuais ela diverge de Donald Trump que afirmou que o casamento entre pessoas do mesmo sexo "está bem".
Amy Coney Barret integra o Tribunal de Apelações do 7º Circuito de Chicago e formou-se na Escola de Direito de Notre Dame em Indiana.