O Presidente americano Donald Trump reiterou nesta segunda-feira, 15, que se as deputadas democratas que criticaram a sua política migratória “não estão felizes nos Estados Unidos, podem ir embora" e afirmou ainda que essas congressistas "amam os inimigos" dos Estados Unidos.
A polémica começou no domingo, quando Trump, sem citar nomes, referiu ao grupo de quatro deputadas - de origem latina, palestiniana e somali, e uma afro-Americana - como sendo oriundas de países "cujos governos são uma catástrofe completa e total, a pior, a mais corrupta e inepta de todo mundo".
No Twitter, ele acrescentou que deveriam voltar para lá.
Veja Também Tribunal diz que Presidente americano não pode bloquear críticos no TwitterNuma primeira reacção, a presidente da Câmara dos Deputados, a democrata Nancy Pelosi, disse que seu partido apresentaria uma resolução criticando os "tweets xenófobos".
"Nossos colegas republicanos precisam se unir a nós rejeitando os tweets xenófobos do Presidente", afirmou Pelosi num comunicado.
Uma das deputadas, Ilhan Omar, a única do grupo que nasceu fora dos Estdados Unidos (Somália), pediu a abertura de um processo de impugnação do Presidente.
"É hora de parar de deixar este Presidente de troçar da nossa Constituição", afirmou Omar, que participou da declaração com Alexandria Ocasio-Cortez, Ayanna Pressley e Rashida Tlaib.
Pressley, por seu lado, pediu que as pessoas "não mordessem a isca" que, na visão dela, foi deixada pelas declarações de Trump.
"São distrações dos assuntos que trazem preocupação e consequências ao povo norte-americano", reiterou.
Do lado republicano, o silêncio foi quase total.
Will Hurd, o único republicano afro-norte-americano da Câmara, foi a excepção ao dizer à cadeia televisiva CNN que "os tweets são racistas e xenófobos e são inexactos".
Tim Scott, o único republicano negro do Senado, criticou Trump no Twitter por usar "ataques pessoais inaceitáveis e linguagem racialmente ofensiva".
Por seu lado, a senadora republicana Susan Collins foi clara em dizer que os comentários de Trump "ultrapassam o limite" e que ele deveria eliminá-los.
No meio da polémica, o Presidente Donald Trump disse não estar preocupado se as pessoas acham que seus comentários foram racistas.