Trump consegue revisor externo no litígio com o FBI e mais documentos comprometedores são revelados

  • VOA Português

Donald Trump, antigo Presidente dos Estados Unidos

O antigo Presidente americano Donald Trump obteve uma vitória judicial ontem quando uma juíza aceitou o seu pedido de nomeação de um revisor externo para confirmar se os documentos que o FBI, a polícia de investigação federal, encontrou na casa dele são desclassificados como ele diz ou não, como defende o Ministério da Justiça.

Mas, horas depois, o jornal Washington Post, revelou que entre os documentos retidos por Trump há um que descreve a capacidade de defesa de um Governo estrangeiro, que não revelou, incluindo as suas potencialidades nucleares.

O jornal, que cita pessoas familiarizadas com o assunto, não revelou se o Governo estrangeiro e amigo ou hostil aos Estados Unidos.

De acordo com o The Post, alguns dos documentos apreendidos detalham operações ultrassecretas dos EUA que exigem autorizações especiais, não apenas autorizações ultrassecretas.

Alguns são tão restritos que até mesmo muitos dos mais altos funcionários de segurança nacional do Governo Biden não foram autorizados a revisá-los, acrescenta o jornal.

O FBI recuperou mais de 11.000 documentos e fotografias do Governo durante as buscas de 8 de Agosto na propriedade de Trump em Mar-a-Lago, de acordo com registos do tribunal.

O Ministério da Justiça investiga o antigo Presidente por retirar documentos da Casa Branca em Janeiro de 2021 e armazená-los em Mar-a-Lago, o que é proibido por lei e nunca aconteceu antes.

Na segunda-feira, uma juiza federal concordou com o pedido de Trump de nomear um revisor externo para analisar os documentos apreendidos pelo FBI, uma medida que provavelmente atrasará a investigação criminal do Ministério da Justiça.

Revisor externo

É uma pessoa designada por um juiz para auxiliar o tribunal nos seus procedimentos, para ajudar num assunto ou caso específico, em contraste com um revisor permanente, que é instalado para ajudar de forma contínua.

A nomeação de um revisor externo acontece quando se levanta um problema complexo que requer perícia específica, ou para desempenhar tarefas que consomem muito tempo, que um juíz ou um magistrado não dispõem.

No caso do antigo Presidente Trump, a juiza Aileen M. Cannon disse que o papel do revisor externo será o de “rever o material apreendido, analisar as declarações de privilégio e fazer recomendações sobre tal e avaliar pedidos de devolução dos documentos”.

Na decisão ela afirmou que “os interesses e a aparência de justiça” justificavam que um árbitro independente analisasse os materiais, enfatizando o estatuto de Donald Trump como ex-Presidente.