Trump aponta Hillary Clinton como forma de unir o partido

Donald Trump accepts the Republican Party's presidential nomination at the national convention, in Cleveland, July 21, 2016.

Donald Trump acusou a rival democrata Hillary Clinton de ter um legado de "morte, destruição, terrorismo e fraqueza" como secretária de Estado norte-americana e prometeu ser duro contra crimes e imigrantes ilegais, no discurso em que aceitou a nomeação presidencial do Partido Republicano, ontem, 22, em Clevelend.

O discurso de 75 minutos foi feito para criar o tom da campanha eleitoral contra Hillary,e uma resposta aos republicanos que dizem que a melhor maneira dele unificar o partido dividido é detalhar o motivo pelo qual a democrata não deve ser eleita em 8 de Novembro.

À medida que uma multidão gritava "prendam-na" pelo modo como Hillary Clinton lidou com a política externa dos EUA, Trump acenou e disse: "vamos derrotá-la em Novembro".

Donald Trump insistiu que é o único capaz de restaurar “a lei e a ordem” no país.

Críticas a Obama

“Juntos, iremos conduzir o nosso partido de volta à Casa Branca e iremos conduzir nosso país de volta à segurança, à prosperidade e à paz. Seremos um país de generosidade e calor. Mas também seremos um país de lei e ordem”, disse na abertura do discurso, depois de ter sido apresentado pela filha Ivanka Trump.

"Tenho uma mensagem para todos vocês: o crime e a violência que hoje afligem nosso país logo chegarão ao fim. Começando em 20 de Janeiro de 2017, a segurança será restaurada", continuou, garantindo que será um líder capaz de recuperar um país que sofre com corrupção e imigração ilegal, apontadas como duas grandes ameaças.

Donald Trump com a filha Ivanka Trump

Após citar um aumento da violência e recentes casos de ataques contra policias, ele corrigiu menções a imigrantes ilegais, dizendo que “quase 180 mil imigrantes ilegais com registos criminais, com deportações pedidas ao nosso país, estão circulando livremente esta noite entre os nossos pacíficos cidadãos”, contando ainda a história de uma jovem morta por um imigrante e cuja família ele conheceu.

O republicano criticou ainda os índices económicos do governo actual e a política externa.

“Não apenas nossos cidadãos sofrem desastres domésticos, mas eles têm enfrentado uma humilhação internacional após a outra”, disparou.

Aceitação posititva

Uma pesquisa da CNN de espectadores do discurso indicou que 57 por cento teve uma "reação muito positiva" à intervenção de Trump e 18 por cento uma reacção de certo modo positiva, enquanto 24 por cento disse ter tido um efeito negativo.

O discurso de aceitação de Trump, de 70 anos, fechou a convenção de quatro dias que destacou a dificuldade de curar fissuras no Partido Republicano pela retórica anti-imigração ilegal e preocupações com o temperamento do milionário.

O evento foi boicotado por vários grandes nomes dentro do establishment republicano, como o candidato presidencial em 2012, Mitt Romney, e membros da família Bush.