O candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos Donald Trump escolheu o senador J.D. Vance, do Estado de Ohio, como seu candidato a vice-presidente.
"Após uma longa deliberação e reflexão, e tendo em conta os enormes talentos de muitos outros, decidi que a pessoa mais adequada para assumir o cargo de vice-presidente dos Estados Unidos é o senador J.D. Vance, do grande Estado do Ohio", escreveu Trump numa publicação na sua rede social Truth.
Vance é um antigo crítico de Trump que se tornou um aliado leal e é agora o primeiro "milénio" a juntar-se à corrida, numa altura de grande preocupação com a idade avançada dos líderes políticos americanos.
JD Vance, de 39 anos de idade, ganhou fama nacional com a publicação em 2016 do seu livro de memórias, "Hillbilly Elegy".
Ele foi eleito para o Senado em 2022 e tornou-se um dos mais firmes defensores da agenda "Make America Great Again" (MAGA) do ex-Presidente, particularmente no comércio, política externa e imigração.
O candidato não foi testado na política nacional e junta-se a Trump num momento extraordinário.
A tentativa de assassinato do candidato republicano num comício no sábado, 13, abalou a campanha, chamando a atenção para a retórica política de alta tensão e reforçando a importância daqueles que estão a um passo da Presidência.
O próprio Vance foi criticado na sequência do tiroteio por um post no X que sugeria que o Presidente Joe Biden era o culpado pela violência.
"A premissa central da campanha de Biden é que o Presidente Donald Trump é um fascista autoritário que tem de ser travado a todo o custo", escreveu Vance., acrescentando que "essa retórica levou diretamente à tentativa de assassinato do Presidente Trump."
As autoridades policiais ainda não especificaram a motivação do atirador, mas a escolha vai certamente galvanizar a base leal de Trump.
JD Vance tornou-se um elemento de destaque no circuito dos meios de comunicação conservadores e discute frequentemente com os repórteres no Capitólio, ajudando a estabelecê-lo como o tipo de líder que poderia levar o manto de Trump para o futuro, começando com a eleição presidencial em 2028.
A escolha também significa que dois homens brancos passarão a liderar a lista republicana, numa altura em que Trump tem procurado fazer incursões junto dos eleitores negros e latinos.
Em "Hillbilly Elegy", Vance descreve em pormenor a vida nas comunidades dos Apalaches que se afastaram de um Partido Democrata que muitos residentes consideravam desligado das suas dificuldades quotidianas.
Embora o livro tenha sido um bestseller, também foi criticado por simplificar excessivamente a vida rural e ignorar o papel do racismo na política moderna.
A fama de Vance cresceu a par da improvável ascensão de Trump de estrela de reality show a candidato presidencial republicano e, por fim, a Presidente.
Durante a fase inicial da carreira política de Trump, Vance classificou-o como "uma fraude total", "um desastre moral" e "o Hitler da América".
O anúncio foi feito no primeiro dia da convenção nacional do Partido Republicano que arrancou hoje em Milwakee e que terminará na quinta-feira, 18, com o discurso de aceitação da candidutura por Donald Trump.
JD Vance deve também discursar durante a convenção.