O Presidente americano, Donald Trump, defendeu a construção de uma "barreira de aço" na fronteira com o México numa mensagem à nação nesta terça-feira, 8, em que considerou haver uma crise humanitária e de segurança na fronteira sul do país.
"Meus compatriotas americanos, esta noite dirijo-me a vocês porque há uma crescente crise humanitária e de segurança na nossa fronteira sul", começou por afirmar Trump, que defendeu a necessidade de “barreiras” na fronteira com o México como fundamentais para a segurança da população.
Durante pouco mais de nove minutos, Donald Trump apresentou números sobre a entrada de imigrantes de forma ilegal pela fronteira e chegou a dizer que crianças imigrantes são usadas por gangues e que os americanos também são vítimas.
"Todos os americanos são feridos pela imigração ilegal descontrolada", afirmou o Presidente que apresentou dados sobre crimes que ele atribuiu a imigrantes ilegais como argumento para reiterar 5,6 mil milhões de dólares para o reforço da segurança na fronteira.
"A pedido dos democratas, será uma barreira de aço e não um muro de cimento", afirmou o Presidente que fez um apelo ao seu financiamento para evitar a entrada de imigrantes e a violência na fronteira.
Crimes por imigrantes ilegais
"Uma em cada três mulheres é sexualmente atacada na perigosa caminhada pelo México. As mulheres e as crianças são, de longe, as maiores vítimas do nosso sistema fragmentado. Esta é a trágica realidade da imigração ilegal na nossa fronteira sul", sustentou Trump, para quem “todos os americanos são feridos pela imigração ilegal descontrolada".
Mais à frente, Trump afirmou que "300 cidadãos americanos são mortos por semana por heroína", e que 90 por cento da droga entram na fronteira Sul.
O Presidente ainda reconheceu que o Governo não consegue acomodar mais imigrantes que entram ilegalmente no país.
"Estamos sem espaço para controlá-los e não temos como devolvê-los de volta ao país deles", acrescentou o Presidente.
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Ao apresentar o quadro social e económico decorrente da imigração ilegal, na sua óptica, o Presidente perguntou "quanto mais sangue americano será derramado antes que o Congresso faça o seu trabalho?"
Ele relatou durante alguns minutos, detalhes horríveis de assassinatos que ele disse terem sido cometidos por imigrantes ilegais.
Ao contrário do que alguns observadores esperavam, depois de o próprio Presidente ter admitido declarar uma emergência nacional a construção do muro, Trump disse que procura uma solução para o impasse com o Congresso.
Trump convidou líderes do congresso para um novo encontro amanhã, que, segundo ele, pode reabrir o Governo “em 45 minutos”.
Governo parcialmente fechado
O Presidente americano trava um braço-de-ferro com os democratas no Congresso.
O impasse resultou na suspensão do financiamento de sectores do Governo, que afecta 800 mil funcionários federais e que entrou no seu 18o. dia.
Algumas agências de pesquisa americanas, como a Fundação Nacional de Ciência (NSF, em inglês) e até a própria Nasa, a agência espacial, vêm sofrendo com a falta de fundos, bem como a agência de segurança nos aeroportos.
A paralisação ocorre porque o projecto de orçamento de algumas agências federais encontra-se sem aprovação.
O Presidente Trump insiste que não assinará um projecto que não inclua a inclusão de dinheiro para a construção da "barreira de aço", como disse hoje, enquanto os democratas garantem que não aprovarão qualquer centavo de dólar para nenhum muro.