O mês de Julho corrente marca o primeiro aniversário da presença, em Cabo Delgado, de tropas da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e do Ruanda, para ajudar as Forças de Defesa e Segurança moçambicanas a combater o terrorismo, e analistas dizem que os resultados esperados não foram conseguidos.
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"Nós ainda estamos com problemas de terrorismo em Cabo Delgado, e com a tendência de se alastrar não só para a região sul da província, como também para as vizinhas províncias de Nampula e Niassa", afirmou José Manteigas, deputado da Renamo, acrescentando que "isto significa que os objectivos da vinda dessas forças, não foram alcançados".
Veja Também Tropas da África Austral vão continuar em Moçambique"Há um aspecto que é importante sublinhar; internamente estamos a minimizar esta violência, estamos com um discurso triunfalista de que estamos a desbaratar os terroristas, mas, diariamente, vemos pessoas a deslocarem-se pora causa da guerra", realçou Manteigas.
Veja Também EUA: Senador questiona ajuda ao Ruanda devido aos direitos humanos e papel no CongoPor seu turno, o analista Manuel Alves considerou que houve uma enorme expectativa em torno da vinda da força internacional, no sentido de que se iria estabilizar a situação em Cabo Delgado, mas, sublinhou, o que está a acontecer no terreno, "é muito preocupante, porque as pessoas continuam a morrer".
Para Alves, é preciso aprimorar a estratégia de luta contra o terrorismo, "porque acredito que a estratégia deve ter também em conta o diálogo".
Entretanto, há quem afirme que com o investimento que está a ser feito para combater o terrorismo em Cabo Delgado, esperava-se melhores resultados. Fala-se em cerca de 275 milhões de dólares.
Veja Também Analistas políticos moçambicanos dizem que, apesar das vitórias, a luta contra o terrorismo não acabouMas para o jornalista Fernando Lima, esta é uma verba modesta tendo em conta o trabalho que deve ser feito, nomeadamente, o esforço de guerra em si, o treinamento e adequação das forças que devem fazer o combate à ameaça do Estado Islâmico e também o esforço de auxílio, quer aos deslocados internos, quer aos esforços para o desenvolvimento da província".