Forças ruandesas destacadas no mês passado para ajudar o exército moçambicano a combater os jihadistas disseram neste domingo, 8 de Agosto, que recuperaram o controle do porto de Mocímboa da Praia, no norte, dos militantes extremistas.
"A cidade portuária de Mocímboa da Praia, um grande reduto da insurgência por mais de dois anos, foi capturada pelas forças de segurança do Ruanda e Moçambique", disseram as Forças de Defesa do Ruanda num tweet.
O porta-voz da Força, coronel Ronald Rwivanga, confirmou isso à AFP, dizendo "sim (Mocímboa da Praia) caiu".
O Ministério moçambicano da Defesa também confirmou ter retomado o controle do centro da Vila da Mocímboa da Praia, que há mais de um ano tinha sido tomada pelos insurgentes.
O anúncio foi feito pelo porta-voz do ministério da defesa, Coronel Onar Saranga, em conferência de imprensa, em Maputo.
De acordo com o Coronel Saranga, a retoma do centro da vila foi resultado de operações conjuntas envolvendo os exércitos moçambicano e do Ruanda.
“Queremos anunciar que as Forças de Defesa e Segurança controlam desde as 11 horas de hoje o centro da vila da Mocímboa da Praia” anunciou.
Segundo o porta-voz, já estão sob controle das forças governamentais, a sede do Governo local, o Porto e aeródromo local e outras infraestruturas sociais e económicas, e as operações de combate continuam nas zonas suburbanas da vila e na zona da Estação de Tratamento de de Água, que ainda está fora do controle, disse o Coronel.
O anúncio das autoridades moçambicanas surge horas depois das autoridades de defesa ruandesa terem anunciado, através da rede social Twitter, o sucesso da operação de resgate da vila da Mocímboa da Praia.
Sob os insurgentes desde 2017
A cidade portuária, de onde ocorreram os primeiros ataques islâmicos em Outubro de 2017, tornou-se, desde o ano passado, a sede de facto dos extremistas ligados ao Estado Islâmico, conhecidos localmente como Al-Shabab.
Mocímboa da Praia "foi o último reduto dos insurgentes, marcando o fim da primeira fase das operações de contra-insurgência que estão a desalojar os insurgentes do reduto", disse Rwivanga numa mensagem de texto.
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As forças reivindicaram na semana passada o seu primeiro sucesso desde o destacamento, dizendo que ajudaram o exército de Moçambique a recuperar o controle de Awasse - um pequeno, mas também estratégico assentamento perto de Mocímboa da Praia.
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"Continuaremos com as operações de segurança para pacificar completamente essas áreas e permitir que as forças moçambicanas e ruandesas conduzam operações de estabilização à medida que (os deslocados) regressam a casa e os negócios continuam", acrescentou Rwivanga.
As tropas ruandesas foram destacadas a 9 de Julho, na sequência de uma visita de Abril a Kigali do líder moçambicano, Filipe Nyusi.
Semanas depois forças de países vizinhos chegaram a Moçambique, sob a égide do bloco regional de 16 membros, a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
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A potência regional e a vizinha África do Sul anunciaram em 28 de Julho que enviaria 1.495 soldados.
Um dia depois, o Zimbabwe revelou planos para enviar 304 soldados não combatentes para treinar os batalhões de infantaria de Moçambique.
Angola destacou 20 militares especializados da força aérea, enquanto a Namíbia contribuirá com cerca de 400 mil dólares para a ofensiva anti-insurgência.
Masisi e Nyusi irão na segunda-feira lançar formalmente a Missão da SADC em Moçambique (SAMIM) em Pemba, capital da província de Cabo Delgado.
A ajuda para expulsar os insurgentes ganhou força nas últimas semanas.
A 12 de Julho, a União Europeia estabeleceu formalmente uma missão militar para Moçambique para ajudar a treinar suas forças armadas no combate aos jihadistas.
Portugal já está a fornecer treino às tropas moçambicanas, com os instrutores militares de Lisboa previstos para constituir metade da nova missão da UE.