Tribunal solta jornalistas “indiciados de corrupção passiva” por inexistência de crime

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Arcénio Sebastião (máscara), advogado do Misa, e Jorge Malangaze

O Tribunal Judicial de Sofala libertou nesta sexta-feira, 12, os jornalistas Arcénio Sebastião e Jorge Malangaze, que haviam sido “indiciados de corrupção passiva” para abortar uma reportagem sobre a violação de regras do estado de emergência num estabelecimento hoteleiro da cidade da Beira.

Nos mandados de soltura a que a VOA teve acesso, a juíza Shaquila Mahomed escreveu “soltos por inexistência de crime”.

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Ernesto Nhanale, diretor executivo do Misa-Mocambique, escreveu na sua página no Facebook que o tribunal decidiu que "os jornalistas foram detidos fora do flagrante delito e o próprio auto refere-se a indícios de corrupção (não de um ato consumado - minha interpretação)”.

“Por outro lado, os jornalistas não pegaram no dinheiro, nem há provas de que teriam solicitado", acrescenta Nhanala.

Carta de soltura de jornalistas moçambicanos

Os dois jornalistas foram acusados pelo Gabinete Provincial de Combate à Corrupção de Sofala de extorsão ao empresário Manuel Ramissone, deputado da Assembleia da República pela bancada do partido Frelimo.

Depois de tirar fotos no empreendimento de Ramissone, o empresário teria oferecido dinheiro aos jornalistas e filmado o suposto ato de corrupção.