Tribunal Penal Internacional questiona suspeito destruidor de monumentos de Timbuktu

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Ahmad Al Mahdi Al Faqi

Ahmad al-Faqi al Mahdi terá coordenado a destruição de 14 mausoléus insubstituíveis.

Um suposto radical islâmico compareceu, hoje, 01, perante o Tribunal Penal Internacional, em Haia, Países Baixos, para responder a acusações sobre a sua participação na destruição de templos religiosos históricos na cidade maliana de Timbuktu.

Destroços de um monumento atingido por militantes islamitas, Julho de 2013

Segundo procuradores, o maliano Ahmad al-Faqi al-Mahdi, que prestou rápidas declarações na audiência pré-julgamento em Haia, é acusado de organizar a destruição de 14 mausoléus e uma mesquita "insubstituíveis”.

Al-Mahdi era membro do Ansar Dine, grupo afiliado da al-Qaida, que ocupou partes do Norte do Mali, em 2012, até o seu derrube, por forças militares francesas, em 2013.

Foi nesse período de ocupação que o grupo vandalizou os monumentos da histórica cidade, que consta da exclusiva lista de património da humanidade, segundo classificação das Nações Unidas.

Um dos edificios da cidade de Timbuktu

​Além de Timbuktu, islamitas radicais destruiram, nos últimos anos, edifícios históricos na cidade de Palmira, na Síria. Em 2001, os Tallibã destruiram estátuas de Buda, no Afeganistão.

Al-Mahdi é a primeira pessoa acusada pelo Tribunal Penal Internacional de atacar deliberadamente monumentos históricos ou religiosos. O tribunal normalmente ouve casos de violações de direitos humanos relacionados com a guerra.