Depois de ter admitido irregularidades na admissão de funcionários para a Educação, o governador da província angolana de Benguela determina a abertura de um novo concurso público, agora sem a participação da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social.
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A posição de Isaac dos Anjos surge em obediência à anulação, pelo Tribunal de Contas, do concurso que gerou polémica, com queixas de mais de 200 candidatos excluídos.
O novo concurso tem como jurados dois quadros do sector da Educação, Evaristo Mário Caloba e Figueiredo Canjando, que vão ser acompanhados pela vice-governadora para a área Política e Social, Laurinda Baca.
“É um sinal”, dizem fontes bem posicionadas, de que Isaac dos Anjos perdeu a confiança na Administração Pública, Trabalho e Segurança Social, que funcionou como júri no concurso anulado pelo Tribunal de Contas.
O jurista Francisco Viena, defensor dos candidatos que se sentem lesados pelo concurso anterior, quer pela inclusão de cidadãos com notas baixas, quer pela inserção de quem nem sequer esteve nos exames, acredita que o recurso à Presidência da República tenha mexido com várias sensibilidades.
Por ora, opta por não tecer considerações, até ouvir dos seus constituintes os termos do novo concurso, mas antes, em declarações à VOA, defendia medidas contra os prevaricadores.
“Não basta o governador vir a público dizer que houve falhas e que foi induzido em erro. É preciso agir disciplinarmente contra os que o terão forçado a cometer tais falhas, até porque, enquanto mais alto responsável da administração pública na província, tem competências para punir e anular o concurso’’, apelou o causídico há um mês quando endereçava o recurso hierárquico ao Presidente da República.
O concurso da discórdia, aberto a meio do ano passado, admitiu 1.700 professores para o ensino geral, metade da cifra avançada inicialmente.