Há redes de tráfico de órgãos humanos a operarem em Moçambique, de acordo com um estudo encomendado pela Comissão Episcopal para Migrantes, Refugiados e Deslocados (Cemirde) divulgado nesta quinta-feira em Maputo.
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O documento indica que os médicos tradicionais são os principais utilizadores de órgãos humanos e que há muita gente a enriquecer à custa desse negócio ilícito.
Órgãos e partes do corpo são usados para vários fins.
Esmeralda Mariano, investigadora e docente da cadeira de Antropologia na Universidade Eduardo Mondlane, apresentou o estudo que levou seis meses a ser produzido.
Nele participaram 116 actores e informantes-chave das três províncias do Sul de Moçambique.
Uma pesquisa concluiu que existe uma rede complexa de intervenientes, que vai desde os indivíduos que encomendam os órgãos, àqueles que os transportam e os extraem.
Os médicos tradicionais são apontados como os principais utilizadores desses órgãos, mas o último beneficiário raramente é conhecido, diz a antropóloga Esmeralda Mariano.
Carla Braga, também docente de Antropologia na Universidade Eduardo Mondlane, e um dos membros da equipa, afirma que os meios de comunicação social são a principal fonte de informação sobre o fenómeno do tráfico em Moçambique.
A partir de agora, a Cemirde vai desencadear uma grande campanha visando prevenir e combater o tráfico de seres humanos, em Moçambique.