O Governo de Cabo Verde continua a negociar com os sindicatos o despedimento de duas centenas de trabalhadores da companhia aérea de bandeira TACV, que se encontra emprocesso de reestruturação com vista à sua privatização.
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Depois da saída do mercado interno, que agora é ocupado exclusivamente pela privada Binter Cabo Verde, o Governo assinou um acordo de gestão com a Campainha Icelander, que visa criar condições para a consolidação da TACV Internacional, que a partir de Janeiro próximo terá a base de operações na ilha do Sal.
Os trabalhadores que se reuniram com o Sindicato dos Transportes, Hotelaria e Turismo (SITHUR ) decidiram apresentar uma contraproposta aos programas de pré-reforma e rescisão por acordo mútuo.
Os trabalhadores querem ver salvaguardados os seus direitos, no estrito respeito pela legislação laboral vigente no arquipélago.
O secretário permanente do SITHUR, Carlos Lopes, diz que os funcionários exigem que a administração da TACV apresente a base para o cálculo das indemnizações.
Carlos Lopes diz que os trabalhadores “estão firmes na defesa dos direitos adquiridos”, por isso prometem lutar para que os mesmos sejam salvaguardados.
O sindicalista lembra que o problema da TACV está relacionado com a má gestão das sucessivas administrações, situação de resto avançada pelo Governo, pelo que os trabalhadores não devem ser os prejudicados.
Para a próxima terça feira, está agendado um encontro entre a administração da TACV e o SITHUR, ocasião na qual o sindicato vai apresentar as linhas gerais da contraproposta dos trabalhadores aos programas da pré reforma e rescisão por mútuo acordo.
O Governo entregou os documentos da reestruturação dos TACV à Comissão Especializada de Finanças e Orçamento da Assembleia Nacional.
Em nota, o Gabinete de Comunicação do Governo garante que todos os documentos com informações relacionadas ao negócio dos TACV, os estudos de avaliação de negócio e os contratos da exploração do negócio no mercado doméstico e internacional já estão na posse da referida Comissão Especializada do Parlamento.
Na mesma nota, o Governo reafirmou que está seguro de que a estratégia que está a ser seguida terá bons resultados e vai contribuir para a criação de uma nova dinâmica no setor da economia aérea do país, assim como vai criar novas oportunidades de investimento para o empresariado nacional e estrangeiro.
Refira-se que este tem sido um dos assuntos mais debatidos nos últimos tempos em Cabo Verde, com a oposição a acusar o Governo de secretismo, indiciando haver negócios pouco transparentes.