Trabalhadores moçambicanos da Embaixada do Zimbabwe em greve

Esta é a quarta paralisação

Eles reclamam três meses de salários em atraso e a Embaixada não responde

Pelo segundo dia consecutivo, um grupo de 14 funcionários da Missão Diplomática do Zimbábwe em Maputo está a observar uma greve por conta da falta de pagamento de três meses de salários.

Esta paralisação laboral verifica-se após ter falhado a promessa do embaixador Agrippah Mutambara em liquidar os salários na sexta-feira, 11.

"Estamos há 10 anos sem aumento salarial e quando nós perguntamos sobre o aumento eles não nos dizem nada, dizem que o Zimbábwe está em crise e nunca aumentam o salário", afirmou à VOA um dos trabalhadores grevistas.

"Nós já estamos há três meses sem salários, perguntamos e tivemos tantas reuniões com eles, paralisamos por três a quatro vezes sem chamar a imprensa, para ver se conseguíamos chegar a um consenso com eles, mas andam a mentir-nos", acrescentou a mesma fonte.

Sem resposta

Trabalhadores em greve

Os funcionários grevistas dizem que na procura de soluções para o seu problema endereçaram cartas ao Governo moçambicano.

"Nós metemos uma carta ao Ministério do Trabalho e ao Ministério dos Negócios Estrangeiros e contactei o senhor Veríssimo, do Ministério dos Negócios Estrangeiros, que disse que tinha conhecimento do assunto e estava à esperava de uma oportunidade para convidar a Embaixada ir ao Ministério dos Negócios Estrangeiros", disse outro trabalhar grevista que não quis identificar-se.

Devido à falta de resposta por parte da embaixada, o desespero toma conta desses trabalhadores.

"O período de matrículas para as nossas crianças está a passar e acho que este ano não vão estudar porque as aulas começam a 1 de Fevereiro e nós ainda não temos dinheiro para pagar", afrimou outro empregado que também preferiu o anonimato.

A VOA procurou ouvir a Embaixada do Zimbabawe em Maputo, tendo a secretária do diplomata manifestado, num tom ameaçador, indisponibilidade para responder a este caso.