Apesar da chuva que caiu durante toda a manhã, os trabalhadores moçambicanos não quiseram deixar passar aquela que é a única data em que anualmente estão autorizados a manifestarem-se.
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Através de dísticos, cânticos e mensagens, trabalhadores de todos os ramos e profissões, categorias e idades uniram-se para, mais do que celebrar, protestar contra a precariedade do emprego, insegurança no trabalho e, sobretudo, os baixos salários que neste ano, em particular, perdem, de longe, na guerra com os preços e o custo de vida.
Os partidos políticos também juntaram-se ao movimento sindical, para uma mistura entre a comemoração do dia e actividades políticas.
O MDM, segundo maior partido da oposição, fez do 1º de Maio, uma data de indignação contra as dívidas ocultas, assumidas pelo Governo e que deverão ser pagas por todos os moçambicanos.
“O 1º de Maio de 2017 é declarado como o dia nacional de indignação contra o regime que governa como vampiro do povo há mais de 40 anos. De hoje em diante levantem-se, ergam-se, saiam para rua, gritem, revoltem-se, até a deslegalização total e completa das dívidas criminosas e responsabilização exemplar dos seus autores”, manifestou o MDM, que juntou membros e simpatizantes na Praça da Independência, em Maputo, ponto central das celebrações do dia do Trabalhador.
“O ano de 2017 deve ser decretado como o ano limite para todo tipo de uso abusivo do nome do povo para prática de crimes financeiros contra o próprio povo. Povo Moçambicano erga-te e revolta-te! Diga: Basta, Basta e Basta!”, eram outras palavras de ordem.