Duas dezenas de trabalhadores do Parque Nacional do Bicuar na província da Huíla reclamam dois a cinco anos de salários em atraso.
Uns dizem estarem ao serviço do parque desde o seu reconhecimento pelo Governo em 2016, mas sem pagamento
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José Chitongo diz que o último salário que recebeu data de 2013 e de lá para cá a sua vida e o da família têm sido um martírio.
"Tinham dito que o dinheiro sempre vem, mas até hoje estamos arrasca os miúdos não estão a estudar”, disse.
“Não estamos a cultivar porque às vezes no tempo de chuvas somos transferidos dospostos. A fome entrou e estamos a trabalhar à rasca e sem nada», acrescentou.
Avelino Tchawaka viu o filho a abraçar o trabalho precário de cobrador de táxi para suprir as despesas da escola.
O pai, desolado, acredita que o filho não teria optado por esta solução se tivesse os salários em dia.
«Um dos meus filhos ao invés de estudar para amanhã vai entrar no taxismo para conseguir só qualquer coisa. Nós pedimos ao governo que olhasse só para o salário”, lamentou.
“É muito tempo: Eu estou no parque desde 2008 é muito tempo», acrescentou.
O Parque Nacional do Bicuar admite atrasos salariais de dois anos a 24 funcionários e atribui a situação a questões procedimentais verificadas pelo Tribunal de Contas por altura da contratação do pessoal em causa.
O administrador do Parque Nacional do Bicuar, José Candundo, diz ter recebido garantias das autoridades centrais da solução do problema.
«A senhora Ministra do Ambiente tem o domínio da situação. Mandaram emitir folhas de pagamentos que são folhas de salário. Acho que está tudo quanto eu saiba um pouco adiantado só estamos a espera que nos dão luz verde e dizer que a liquidação já está nas contas do pessoal», esclareceu Candundo.