Trabalhadores da Cruz Vermelha de Angola (CVA), sem salários há seis meses, voltam a questionar a passividade da presidente do Conselho Executivo, a empresária Isabel dos Santos, diante dos inúmeros problemas da organização.
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Agastados, sugerem a substituição da filha do Chefe de Estado e presidente honorário da organização, mas também um inquérito à gestão de Walter Quifica, actual secretário-geral.
Eleita na terceira Assembleia-geral, em Outubro de 2006, Isabel dos Santos andará, dizem os secretariados provinciais, alheia aos vários problemas da CVA, uma vez que não mantém encontros de trabalho.
Esta ausência, referem as mesmas fontes, impossibilitou a realização de duas assembleias, o que é considerado um atropelo aos estatutos da organização de utilidade pública que vela pela assistência humanitária e primeiros socorros.
Acredita-se que não haja coragem para confrontar a também presidente do Conselho de Administração da Sonangol, ainda que o Conselho Executivo Nacional conte com figuras como Fátima Jardim, ministra do Ambiente, Isaac dos Anjos, governador de Benguela, Elias Chimuco, empresário, e Coutinho Miguel, líder do Banco Sol.
Há muito sem o apoio da Cruz Vermelha Internacional, os secretariados provinciais convidam Isabel dos Santos a abandonar o posto, deixando-o para quem tenha tempo para causas humanitárias.
Numa nota a que a VOA teve acesso, os secretariados sugerem uma sindicância, a todos os níveis, à gestão da Cruz Vermelha de Angola e questionam o despacho do ministro da Saúde que decidiu pelo corte das verbas para o pagamento de salários.
Em resposta, o secretário-geral, Walter Quifica, acusado de apropriação ilícita de dois milhões e 300 mil Kwanzas, reafirma que a situação económica do país forçou o Governo a cortar as dotações orçamentais.
Quifica, que já esteve a contas com o procurador junto da Polícia Económica, diz esperar que o Ministério da Saúde volte a accionar as transferências financeiras.
A Cruz Vermelha de Angola tem mais de cem funcionários em todo o país.