Testes de Covid-19 na candonga em Maputo

Testes de Covid-19

Os testes custam apenas 1500 meticais (20 dólares americanos), pagos num esquema que envolve pessoas ligadas à operadores de transportes transfronteiriços. 

Moçambique está agora a passar por um dos piores momentos de testes do seu sistema Nacional de Saúde, devido à pandemia da Covid - 19. Desde o início do ano os números andam de recorde em recorde, quer no que às mortes diz respeito, passando pelas novas infecções e internamentos hospitalares.

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Enquanto isso, talvez por medo dos resultados, muitos moçambicanos que pretendem viajar ao estrangeiros, no caso particular da África do Sul, recorrem à candonga para adquirir o teste necessário para o efeito.

A reportagem da VOA em Maputo foi atrás e ouviu pessoas que recorrem a estes esquemas.

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Testes de Covid-19 na candonga em Maputo

"Conheço pessoas que facilitam. Uma delas é quem tem me dado os testes," disse uma cidadã, que não quis ser identificada, explicando, que o processo é simples, sem burocracia nem presença para colecta de exames.

"Eu apenas envio o dinheiro e os meus dados, depois a pessoa diz quando é onde vou levantar o teste" explicou.

Segundo a nossa fonte, são apenas 1500 meticais (20 dólares americanos), pagos num esquema que evolve pessoas ligadas à operadores de transportes transfronteiriços.

Outro indivíduo, um taxista que também não quis ser identificado, confirmou os factos.

"Aqui onde estou tenho testes de clientes que querem viajar, que fui levantar hoje para distribuir" revelou.

O comentador Gabriel Ngomane recorda os embaraços que está situação trouxe, semana finda na fronteira entre Moçambique e a África do Sul, e aponta as causas desta fragilidade.

"O Governo moçambicano não se preparou e deixou que fosse o sistema privado a comandar a testagem. E, como o privado cobra muito caro, isso abre espaço para a falsificação e tudo leva a crer que o Governo sul-africano teve evidências e pós em causa os nossos testes" disse Ngomane.

Instado a falar sobre a situação, o Ministro da Saúde, Armindo Tiago, disse, semana finda, que o caso vai ser investigado.