Os insurgentes aliados ao Estado Islâmico atacaram cinco aldeias e furtaram bens dos poucos que sobreviveram às suas anteriores investidas, durante a fuga de Awasse e Mocímboa da Praia, na sequência do ataque da força conjunta Moçambique-Ruanda, disseram à VOA, nesta terça-feira, 10, várias fontes locais.
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A força conjunta recuperou, na quarta-feira, 4, a localidade de Awasse, e cinco dias depois expulsou os jihadistas do seu “quartel-general”, em Mocímboa da Praia, onde iniciaram os ataques terroristas, em Outubro de 2017.
Várias casas foram saqueadas e incendiadas, e disparos de metralhadoras foram ouvidos em aldeias do noroeste de Mocímboa da Praia e sudeste de Nangade, entre quarta-feira, 4 e sábado, 8. Os terroristas movimentavam-se de motorizadas, supostamente em direção à fronteira com a Tanzânia, relataram diversas fontes.
Veja Também Deslocados celebram a recuperação de Mocímboa da Praia e querem paz“Na altura em que as forças conjuntas estavam a actuar em Awasse e Mocímboa, os insurgentes começaram a actuar (atacar) nas aldeias do nosso distrito de Nangade, como Mandimba, Chacamba (na fronteira com a Tanzânia), Nune e Quissama” disse, à VOA, Salimo Abubacar, um morador de Nangade.
Várias pessoas, acrescentou Abubacar, deixaram os seus esconderijos para procurar novos abrigos, receando a insegurança, depois de longos meses sem o registo de ataques nas aldeias.
Tropas
“Haviam deslocados de Mocímboa da Praia e Palma que não tinham conseguido fugir para outros distritos, mas depois desses problemas (novos ataques) nas aldeias, os deslocados decidiram abandonar as aldeias e as matas onde estavam a viver escondidos” disse Zuneide Usseine.
Os entrevistados descreveram “pouca movimentação” das tropas estrangeiras, no principal corredor entre os distritos de Palma e Nangade, que já foi palco de várias emboscadas de jihadistas a caravanas de viaturas, apesar de uma “presença notória” destes em Mueda.
Veja Também Tomada de Mocímboa da Praia é estratégica, mas há o risco de guerrilha, dizem analistas“Nenhuma força chegou nesta zona de Nangade, nem da SADC, nem de Ruanda, continuamos apenas com a nossa força," disse um outro morador de Nangade,
Não há informação sobre danos humanos resultantes desses ataques.
A VOA contactou por telefone Ernesto Madungue, porta-voz do Comando provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Cabo Delgado, que não confirmou e nem desmentiu os ataques, mas remeteu ao ministério da Defesa, que, por sua vez, não respondeu de imediato o pedido de comentário.