O partido Pra-Já Servir Angola, liderado por Abel Chivukuvuku, reagiu cautelosamente a declarações atribuídas ao porta-voz da UNITA que rejeita a ideia de uma coligação para substituir a Frente Patriótica Unida (FPU).
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Américo Chivukuvuku, secretário geral do Pra-Já Servir Angola, disse que o seu partido reafirma o compromisso em "manter e reformular" a FPU.
"Nós, o Pra-Já, mantemos a nossa premissa reservar, reforçar, aprofundar e reformular. Volto a reafirmar. Preservar, reforçar, alargar e aprofundar é a posição do Pra-Já", disse Chivukuvuku negando dar mais detalhes sobre o assunto.
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Este posicionamento surge depois de o porta-voz da UNITA, Marcial Dachala, numa entrevista ao jornal O País, ter descartado a ideia da transformação da FPU numa coligação de partidos.
Dachala disse que era uma ideia do Pra-Já e não da UNITA.
“Como é que alguém que acabou de nascer como partido político já quer dar ideias? Não pode ser. alguém que nasceu hoje como partido que venha nos dizer o que fazer. Essa coisa de coligação de partido não é nossa ideia”, afirmou Dachala citado pelo O País
O dilema da FPU
Desde que o Pra-Já foi legalizado como partido tem estado em debate a transformação ou não da FPU em coligação.
Nas últimas eleições, militantes do Pra-Já e do Bloco Democrático (BD) foram integrados na lista eleitoral da UNITA como parte da FPU, sem estatuto de coligação.
Dachala disse ainda ao jornal O País que "é claro que os dirigentes da FPU sentar-se-ão à mesa e (vão) traçar ideias para o futuro, mas essa coisa de formalização de coligação de partido não vem de nós, UNITA".
A VOA contactou Marcial Dachala para confirmar ou não as declarações mas sem sucesso.
Bloco Democrático e o seu futuro
A situação complica-se ainda mais com o facto de o BD ter também que concorrer nas próximas eleições como partido, sob o risco legal de ser anulado como partido político se não o fizer.
O secretário-geral do BD, Muata Sebastião, considera legítima a posição da UNITA, mas diz que a FPUnão termina com uma simples declaração.
Questionado se se está a assistir ao fim da FPU, Muata disse que "para nós, a Frente Patriótica Unida não termina com uma declaração".
"Existem os documentos, existem os princípios, existem os objetivos defendidos e traçados pelas três forças que subscreveram a Frente Patriótica Unida", acrescentou.
Em relação ao destino BD, caso não volte a concorrer nas próximas eleições, deixará de existir, pois de acordo com a legislação angolana qualquer partido que não concorra a duas eleições deve ser extinto.
“Agora, o que se pode esperar do Bloco? Tem que esperar do Bloco a continuidade da sua luta, continuidade pela sua luta, afirmação, porque o Bloco Democrático, desde 2021, que entendeu integrar a Frente Patriótica Unida, sabia perfeitamente que as consequências da decisão tomada na altura teriam que ser refletidas para o próximo pleito, que é 2027”, disse.
“A extinção ou a auto-extinção do Bloco não é uma questão que paira na cabeça dos militantes. O que nós queremos é que o Bloco continue vivo, atuante, e encontrar formas de, digamos, fazer parte. O Bloco tem que ocupar o seu espaço, e o espaço está aí como alternativa, uma alternativa credível, porque é isso que nós representamos, e por isso é que as nossas valências, mesmo no âmbito da FPU, circunscrevem-se nessa perspectiva”, acrescentou Muata Sebastião, quem reitera que a missão do BD em 2027 “é a afirmação do partido, que pressupõe concorrermos, coligados ou sem coligação”.