O clima dos confrontos militares em algumas zonas de Moçambique, principalmente no centro do país, está a tirar tranquilidade aos produtores agrários, o pode influenciar na produção esta ano.
Agricultores têm manifestado às autoridades o seu receio em irem aos campos agrícolas, devido aos ataques nas regiões próximas às suas machambas, bem como aos camiões que escoam a produção ao longo da estrada nacional.
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"Neste momento, os nossos produtores perguntam onde é que vão comercializar os produtos se há ataques nas estradas? Nós sempre aconselhamos para terem paciência, pois este é um assunto que vai ter fim, mas isso não pode acontecer porque desmoraliza os produtores que querem produzir e comercializar na Beira, em Maputo e noutras regiões", disse Pedro Zucule, do Departamento de Agricultura em Nampula.
Na última semana, vários camiões com insumos e produtos agrícolas foram alvos de ataques, o que levou as Forças de Defesa e Segurança a introduzirem uma coluna militar para escoltar camiões e viaturas civis ao longo da estrada nacional número sete.
Inácio Dina, porta-voz do Comando da Polícia da República de Moçambique, acusou a Renamo pelos ataques.
"Comboios, os alvos civis, a população indefesa, as crianças, alunos e estudantes que não estão ir à escola não têm culpa por algum infortúnio que este partido político tenha no processo político", afirmou Dina.
Entretanto, estes ataques têm atingido outros sectores económicos como o de transportes.
A Vale Moçambique, subsidiária da multinacional brasileira Companhia Vale do Rio Doce, decidiu interromper, na semana passada, o transporte de carvão mineral que explora nos jazigos de Moatize, província de Tete, por causa dos sistemáticos ataques que as suas locomotivas têm sido vítimas.