A disputa sobre as propriedades da igreja Universal do Reino de Deus, IURD, não chegou ainda ao fim apesar de uma recente decisão de um tribunal que decidiu a favor da ala brasileira da igreja ordenando o descongelamento de todos os seus bens.
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Com efeito os templos da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) em Angola, cuja reabertura foi anunciada na terça-feira, voltaram a ser encerrados e serão entregues à direcção “legitimada pelo Governo”, de acordo com Instituto Nacional para os Assuntos Religiosos (INAR), entidade que é igualmente fiel depositária dos templos que estavam apreendidos por ordem da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Veja Também Antigo líder da IURD em Angola condenado a três anos de prisão por violência domésticaO director-geral adjunto do Instituto Nacional para os Assuntos Religiosos (INAR), Ambrósio Micolo, confirmou este sábado, em entrevista a RNA, reconheceu que o tribunal decidiu devolver o património que estava sob arresto à igreja mas disse que "é preciso que o tribunal notifique o INAR para que este seja autorizado a fazer a entrega e possa autorizar a reabertura dos templos".
Ambrósio Micolo salientou que neste momento “já não existem alas, existe uma direcção da Igreja Universal”, e é “esta direcção legitimada pelo Estado angolano que vai recepcionar os templos que vão ser entregues pelo INAR, (pois) esta é que tem legitimidade para reabrir e exercer as suas actividades”.
Veja Também Igreja Universal condenada a pagar cerca de 40 mil dólares a ex-fiel por oferecer “vaga” no céuO responsável adiantou, também, que mal o tribunal notifique o INAR este fará a devida comunicação à PGR para se proceder à entrega dos templos, sublinhando que “vai ser reposta a legalidade”.
Migty Costa, pastor da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), relatou o acto de encerramento.
“O comandante da Esquadra do Zinga tentou às 4 horas da manhã forçar a entrada aqui no Igreja Universal do Reino de Deus aqui no Maculusso”, disse.
Veja Também IURD brasileira em crise com perda de fundos de AngolaPara o jurista Agostinho Canando a decisão de qualquer tribunal é de comprimento obrigatório mas com o recurso entreposto é normal que a decisão fique suspensa até o caso transitar em julgado.
“Como em qualquer processo, quando é analisado em primeira instância quem nunca está satisfeito e recorre à segunda instância e neste caso a própria procuradoria também está interessado em relação ao processo", disse.
A VOA tentou o contacto com Pedro de Castro Maria do Instituto Nacional para os Assuntos Religiosos (INAR), para ter mais dados sobre o encerramento dos templos da IURD em Angola, cuja reabertura foi anunciada na passada terça-feira mas não obteve qualquer resposta.
A salientar, a ala dissidente ou angolana da IURD diz que qualquer que seja a decisão do tribunal, os templos pertencem-lhe porque segundo, diz a direcção da ala brasileira, é ilegal porque não é reconhecida pelas autoridades.