A Tanzânia é um ponto de recrutamento e trânsito para terroristas e organizações criminais que operam em Moçambique, diz o relatório anual sobre terrorismo do Departamento de Estado americano publicado nesta quinta-feira, 16.
O documento cobre a situação de terrorismo em 2020, ano em que Moçambique “conheceu um aumento significativo de actividades terroristas”.
Veja Também Cabo Delgado: Grupo decapita homem e assalta cinco aldeias em Macomia“ISIS (Estado Islâmico) Moçambique levou a cabo centenas de ataques no norte de Moçambique e pelo menos dois na Tanzânia”, diz o relatório, acrescentando que esses ataques “resultaram em 1.500 mortes, sendo mais de 700 civis e o deslocamento interno inicial de mais de 500 mil pessoas”.
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Neste ano, os insurgentes “levaram a cabo múltiplos ataques todas as semanas na província de Cabo Delgado que evoluíram parra incluirem ataques complexos e multi-facetados”, diz o documento.
O Departamento de Estado considera que a segurança de fronteiras “é um desafio para Moçambique”.
Veja Também Moçambique: Fim da missão militar da SADC em Janeiro pode colocar em risco combate ao terrorismo“Sabe-se que terroristas atravessam a fronteira porosa com a Tanzânia que serve de ponto de recrutamento e trânsito para a organizações terroristas e criminosas”, diz o documento.
O relatório nota que comandantes das forças de segurança dos dois países assinaram um memorando de entendimento para “levarem a cabo operações conjuntas de contra-terrorismo, aumentar a partilha de informação e extraditar suspeito terroristas”.
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“Ao abrigo desse memorando de entendimento a Tanzânia anunciou a extradição para Moçambique de 516 pessoas detidas na Tanzania por alegada cooperação ou envolvimento em ataques em Cabo Delgado”, conclui o relatório do Departamento de Estado.
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