São Tomé e Príncipe é o país da África Central com mais acidentes de viação "per capita"

Motoqueiros na cidade de São Tomé

Consumo exagerado do álcool, a má qualidade de estradas e o número crescente de condutores sem título de condução são as principais causas do aumento de acidentes de viação no país.

O consumo exagerado do álcool, a má qualidade de estradas e o número crescente de condutores sem título de condução são as principais causas do aumento de acidentes de viação em São Tomé e Príncipe.

A conclusão é de um estudo realizado pelo Instituto de Transportes Terrestres que indicou que o arquipélago é o país da África Central com mais casos per capita de acidentes de viação.

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São Tomé e Príncipe é o país da África Central com mais acidentes de viação "per capita"

A situação que acarreta enormes custos para o Sistema Nacional de Saúde tende a piorar com a elevada taxa de importação de motorizadas.

O sociólogo Olívio Diogo olha com muita preocupação para as causas do aumento dos casos de acidente de viação no país.

Cidade de São Tomé

“O consumo exagerado do álcool é visto como a coisa mais normal no país e numa sociedade em que o consumo do álcool aumenta da forma como vemos os acidentes acontecem naturalmente”, lamenta Diogo, quem também aponta a má qualidade das estradas, o excesso de condutores sem titulo de condução e o aumento do número de viaturas e motorizadas como outros factores que contribuem para os de acidentes de viação no país.

“O Instituto de Transportes Terrestres abriu uma oportunidade para as pessoas fazerem cartas de condução grátis, mas mesmo assim não houve a adesão de muitos motoqueiros que continuam na ilegalidade”, acrescenta.

De acordo com fontes hospitalares, cerca 50 por cento de casos de internamento e evacuação são por conta dos acidentes de viação.

“Isto tem nos acarretado custos elevados a nível de assistência médica e medicamentosa. As enfermarias estão superlotadas com casos de acidente de viação e depois temos que conviver com todo o resto que esta situação arrasta”, diz Luidimila Castelo David, directora clinica do único hospital da capital Ayres de Menezes.

Com a falta de emprego o número de motoqueiros, homens que prestam o serviço de moto-táxi, aumenta todos os dias em São Tomé e Príncipe.

Mas eles rejeitam a acusação de serem os maiores causadores de acidentes de viação no país.

“Os outros automobilistas é que não respeitam os motoqueiros porque pensam que nós todos não temos carta de condução”, disse um deles à VOA sob anonimato.

Desde o inicio da década de 1990, os partidos políticos têm sido acusados de serem os responsáveis pela introdução no país de milhares de motorizadas em períodos de campanha eleitoral.