Os sindicatos dos sectores da Saúde em São Tomé e Príncipe suspenderam a greve convocada para esta terça-feira, 2, em todos hospitais e centros de saúde do país e deram ao governo duas semanas para satisfazer as suas reivindicações.
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O porta-voz dos grevistas, e técnico do laboratório do hospital Ayres de Menezes, Ramom dos Prazeres, explica que, depois de muitas horas de negociação com o governo, os cinco sindicatos da saúde decidiram suspender a paralisação face a algumas garantias do executivo.
“O Governo assumiu e convenceu-nos com documentos que brevemente os hospitais e centros de saúde estarão abastecidos com medicamentos e consumíveis. Esta era a nossa maior reivindicação”, disse Ramom dos Prazeres, sublinhando que o ministério da saúde assumiu também o compromisso de resolver a problemática questão de falta de segurança no recinto hospitalar.
O sindicalista disse que, quanto ao estatuto de carreira das classes, o executivo chefiado por Jorge Bom Jesus comprometeu-se em aprovar o documento dentro de uma semana.
Os sindicatos da saúde também aceitaram a garantia do governo de que a questão do ajuste salarial ficará resolvida em 15 dias, mas deixaram, um aviso ao executivo: “A greve está suspensa, mas não está levantada. Simplesmente vamos dar este período até duas semanas, porque é o tempo que o Governo nos pediu como garantia para criar as condições para trabalharmos”, frisou Dos Prazeres.
Veja Também São Tomé e Príncipe: Profissionais de saúde em greve na primeira semana de FevereiroMas para o analista e presidente da Associação dos Direitos Humanos de São Tomé e Príncipe, Óscar Baía, a justificação do porta-voz dos sindicatos não é convincente.
“Não acredito que os próprios técnicos da saúde acreditaram que em duas semanas o Governo vai resolver o que não resolveu em dois anos. Acho que há outra razão por de trás da decisão dos sindicatos em suspender a greve”, disse Baía.
Por outo lado o analista Liberato Moniz considera que o bom senso falou mais alto nas negociações entre as partes.
“Acho que esta cedência tem a ver com bom senso das duas partes. Neste momento de pandemia da Covid-19, com o número de infectados a subir, não faz sentido manter uma greve, por tempo indeterminado em todos hospitais e centros de saúde”, disse Moniz.