Mantem-se o impasse na operação de descarga de combustíveis em São Tomé e Príncipe e o país está à beira da rotura total do stock.
Faz mais de uma semana que não há gasolina. O gasóleo também está prestes a acabar, um cenário que provoca a especulação de preços.
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“A gasolina que vendia na bomba a 37 dobras está a ser vendida na ‘candonga’ a 120 dobras”, disse um taxista para justificar o aumento para o dobro do custo dos únicos transportes públicos do país.
Centenas de funcionários já não têm como deslocar-se para os seus postos de trabalho e o país está praticamente paralisado.
“Praticamente sentimos um fracasso total porque não temos como ir à pesca devido a falta de gasolina”, disse um pescador de Morro Peixe, no norte do país, que depende desta actividade.
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O Primeiro-ministro Patrice Trovoada disse à VOA que estão a ser equacionadas soluções para descarregar combustível de um navio de grande porte, que há 3 dias não consegue atracar na baia da cidade de Neves, onde se encontram os únicos reservatórios do país.
Veja Também STP: Falta de combustível inquieta cidadãos“Estamos a pedir ajuda de países vizinhos que têm rebocadores que podem estabilizar este navio ou então encontrar outro barco mais pequeno para fazermos o transbordo do combustível”, disse o chefe do governo.
Soluções
“A situação está no limite, mas estamos a falar com os nossos vizinhos para ajudarmos a garantir os serviços mínimos e o funcionamento de instituições chaves”, disse Trovoada.
Ele recordou que a difícil situação financeira provoca as sucessivas crises de combustível.
A petrolífera Angola Sonangol é a maior acionista da empresa são-tomense de Combustíveis e Óleo (ENCO), mas decidiu reduzir drasticamente o fornecimento de combustíveis ao arquipélago devido ao excesso de dívida da empresa estatal de água e eletricidade.
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“Já não podemos acumular mais dívidas com Angola. Temos que resolver esta questão pelos nossos próprios meios”, disse Trovoada.
Entre as medidas, disse Trovoada, consta o estabelecimento de um novo acordo com o Fundo Monetário Internacional para a retoma do programa de ajuda financeira.
Patrice Trovoada encontra-se em Portugal, depois dos Estados Unidos de América e Brasil, na procura de soluções para crise a financeira de São Tomé e Príncipe.