Há relatos de presença de estranhos e de circulação de drogas e armas brancas nos estabelecimentos do ensino secundário de São Tomé e Príncipe.
A situação inquieta os pais, que exigem mais ação das autoridades, nomeadamente no reforço da segurança e cumprimento do regulamento interno.
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No maior estabelecimento do ensino pré-universitário do país, Liceu Nacional, os alunos, cujos nomes omitimos para evitar represálias, relatam que os próprios seguranças são os maiores promotores da desordem.
“Os ‘seguranças’ formam grupo para agredir; quando nós não cumprimos as orientações deles, muitas vezes descabidas", disse um aluno do 12º ano. "Assim sendo, nós também formamos o nosso grupo para contra-atacar”.
Outro estudante do Liceu Nacional, entrevistado pela VOA, dá razão aos 'seguranças'.
“Muitas vezes, os alunos faltam respeito aos guardas e partem para cima deles, e são muitos alunos contra poucos guardas”.
Veja Também Consumo de droga aumenta nas escolas de São ToméOutra aluna do 11º ano denuncia a presença constante de militares e outros estranhos no recinto escolar. “Eles estão sempre aqui a subir e descer seduzindo as alunas. Nós não nos sentimos seguras. Eles podem nos assaltar”.
O professor Valdemar Viegas lamenta a circulação entre os alunos de armas brancas e outras coisas ilícitas “como substâncias psicotrópicas”.
Para ele, “estão a confundir liberdade com libertinagem, democracia com anarquia e ninguém faz nada”, diz o professor de língua portuguesa.
Novo regulamento
A direção do ensino secundário, técnico e profissional, através do seu responsável, Nelson Fernandes, diz que o Ministério da Educação está a preparar um novo regulamento interno para travar o clima de insegurança nas escolas, mas critica os pais e encarregados de educação.
“Os pais deixaram de seguir os seus filhos. Marcamos reunião, mas numa turma de 50 alunos só aparecem três pais no máximo”, aponta Fernandes.
Entretanto o presidente da Associação dos Pais e Encarregados de Educação, Mikail Barros, reconhece a ausência dos país, mas lamenta a falta de medidas para inverter a situação.
"Esse problema dos pais que não aparecem nas reuniões já tem mais de uma década, mas o ministério não toma nenhuma medida" critica Barros, que no tocante ao novo regulamento interno defende que "é necessário dar autonomia aos directores das escolas para que seja posto realmente em prática".