A Plataforma da Sociedade Civil Contra o Abuso Sexual de Menores exige mais acções visando a defesa e proteção das crianças em São Tomé e Príncipe
Como alerta às autoridades, a plataforma da sociedade civil contra o abuso sexual de menores publicou neste Dia Internacional da Criança vários depoimentos de famílias São-tomenses vítimas deste crime.
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“A minha irmã de 13 anos de idade está gravida do meu padrasto. Ela começou a ser abusada sexualmente desde dos 10 anos,” diz um dos familiares.
Noutra mensagem, ouve-se: “a minha filha tinha 11 anos de idade quando o meu vizinho a levou para mato e abusou-se dela sexualmente”.
Estas e outras mensagens, em anonimato, denunciam e lamentam a impunidade no sistema judicial.
“Até então, o caso da minha filha está por resolver. Nem a polícia judiciária, nem o ministério publico, nem os tribunais. Ninguém diz nada e já passaram anos”, disse um dos familiares em conversa com os activistas da plataforma da sociedade civil contra o abuso sexual de menores.
De acordo com as autoridades, centenas de processos relacionados com crimes de abuso sexual de menores são arquivados por falta de prova.
Entretanto, o sociólogo Carlos Lopes alerta para as consequências sociais deste crime que não para de aumentar na sociedade São-tomense, apesar da nova lei que veio agravar a pena contra os infratores.
“Vamos ter uma sociedade doentia, uma sociedade patológica se nós não travarmos esse flagelo”, afirmou este sociólogo.
A plataforma da sociedade civil contra o abuso sexual de menores, pela voz de Jéssica Neves, acusa as autoridades São-tomenses de pouco fazerem para a defesa e proteção das crianças.
“Não adianta falar todos os dias que as crianças são o futuro do país, são as flores, quando na verdade nós não cuidamos delas”, disse Jéssica Neves, exigindo medidas mais eficazes de forma a proteger as crianças do crime de abuso sexual.