São Tomé e Príncipe assina acordo de cooperação militar com a Rússia

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Navio de guerra russos poderão em breve atracar no Porto de Ana Chaves, São Tomé e Príncipe. Fotografia de arquivo

Acordo, que foi assinado em abril e só agora foi divulgado, prevê visitas de aviões e navios de guerra russos ao arquipélago

Os governos de São Tomé e Príncipe e da Rússia assinaram um acordo militar de grande amplitude que prevê, entre outros pontos, a deslocação de navios e aviões de guerra ao arquipélago.

A agência noticiosa Sputnik faz referência a um documento publicado no domingo, 5, no portal oficial de informações legais da Rússia, segundo o qual um acordo de cooperação militar entre São Tomé e Príncipe e a Rússia foi assinado na cidade de São Petersburgo, no dia 24 de abril, e começou a ser implementado no dia 5 de maio.

Segundo a edição do jornal russo, "o acordo estipula que ambas as partes acordaram em cooperar nos seguintes domínios: treino conjunto de tropas, recrutamento das forças armadas, utilização de armas e equipamento militar, logística, intercâmbio de experiências e de informações no âmbito da luta contra a ideologia do extremismo e do terrorismo internacional, educação e formação de pessoal".

O acordo prevê também a participação das forças armadas de São Tomé e Príncipe em exercícios conjuntos com as forças russas e visitas da aviação militar e de navios de guerra da Rússia a São Tomé e Príncipe.

A Sputnik avança ainda que a cooperação militar entre os dois países “contribui para fortalecer a paz e a estabilidade internacional” e é valido por tempo indeterminado.

De recordar que, após a independência nacional, as Forças Armadas de São Tomé e Príncipe foram estruturadas, formadas e orientadas por conselheiros militares russos durante todo o regime de partido único.

Até hoje a maior parte do equipamento bélico das forças armadas do arquipélago é de origem russa.

Entre os anos de 1976 e 1988, navios de guerra da Rússia visitavam com frequência o arquipélago santomense, onde a engenharia militar russa tinha instalado três radares de fiscalização marítima e aérea.

A partir da década de 1990, e em consequência da queda do murro de Berlim e o fim da União Soviética, a parceria militar russo-santomense tinha terminado.

Portanto, de acordo com a notícia da Sputnik indica que os russos podem estar de volta a São Tomé e Príncipe.

O governo de São Tomé e Príncipe ainda não se pronunciou.