Sudão: Ataques paramilitares deslocam milhares de pessoas no Darfur Norte

  • AFP

South Sudan Violence

Milhares de famílias fugiram de suas casas no estado de Darfur do Norte, no Sudão, durante dois dias, disse a agência de migração das Nações Unidas na terça-feira, devido a ataques intensificados de paramilitares.

“Entre 25 e 27 de janeiro de 2025, estima-se que 3.960 famílias tenham sido deslocadas de várias aldeias da localidade de El-Fasher”, afirmou a Organização Internacional para as Migrações num comunicado.

As Forças de Apoio Rápido (RSF) paramilitares - em guerra com o exército desde abril de 2023 - capturaram todas as capitais de estado na vasta região ocidental do Darfur, exceto a capital do Darfur do Norte, El-Fasher, que sitiam desde maio.

Na sua última tentativa de capturar a cidade, a RSF emitiu na semana passada um ultimato exigindo que as forças do exército e os seus aliados abandonassem a cidade.

A OIM afirmou na terça-feira que as deslocações ocorreram devido aos ataques das RSF, que incluíram incidentes de “pilhagem e incêndio de bens pessoais”.

O exército e as forças aliadas têm repetidamente repelido os ataques dos paramilitares, que, segundo activistas locais, lançaram intensos bombardeamentos de artilharia contra bairros residenciais da cidade.

Na sexta-feira, um ataque com drones ao único hospital em funcionamento na cidade, que os observadores locais atribuíram à RSF, matou 70 pessoas, o que suscitou a condenação das Nações Unidas.

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De acordo com as Nações Unidas, cerca de 1,7 milhões de pessoas estão deslocadas só no estado de Darfur Norte, estimando-se que dois milhões estejam em situação de insegurança alimentar extrema e 320.000 em situação de fome.

Na área em redor de El-Fasher, a fome já se instalou em três campos de deslocados - Zamzam, Abu Shouk e Al-Salam - e espera-se que se estenda a mais cinco áreas, incluindo a própria cidade, até maio, de acordo com uma avaliação apoiada pela ONU.

A guerra no Sudão já matou dezenas de milhares de pessoas e desalojou mais de 12 milhões, naquilo que a ONU descreve como a pior crise de deslocados do mundo.