STP: Poder económico angolano pode influenciar decisão sobre a cervejeira Rosema, dizem analistas

Analistas dizem que Angola poderá usar o seu poder económico para pressionar as autoridades de São Tomé e Príncipe no caso da cervejeira Rosema, retirada ao empresário angolano Melo Xavier e entregue aos são-tomenses Irmãos Monteiro.

A dívida de cerca de 300 milhões de dólares que São Tomé e Príncipe tem para com Angola e a dependência do arquipélago do combustível da Sonangol pode fragilizar a decisão do Tribunal Constitucional.

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STP: Poder económico angolano pode influenciar decisão sobre a cervejeira Rosema, dizem analistas

A representação diplomática angolana em São Tomé e Príncipe avisou que irá defender até ao fim os interesses do seu empresário, mas o Primeiro-ministro do arquipélago, Patrice Trovoada não acredita que a nova decisão do Tribunal Constitucional irá beliscar as relações entre os dois países.

“Rosema não é uma empresa do Estado angolano e penso que esta decisão da justiça não irá beliscar as relações entre os nossos países”, disse Trovoada, quem considera que a credibilidade da justiça é o único caminho para a resolução definitiva deste conflito que se arrasta há mais de uma década nos tribunais são-tomenses.

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O actual Presidente do Tribunal Constitucional (TC), Roberto Raposo, empossado há menos de um mês, recusa-se a falar sobre a decisão que abriu nova polémica no caso da cervejeira Rosema.

Entretanto analistas políticos admitem que Angola poderá usar o seu poder económico sobre São Tomé e Príncipe para pressionar as autoridades do arquipélago, numa altura em que as partes estão a negociar o pagamento de uma dívida de cerca de 300 milhões de dólares, através de activos do estado são-tomense no Banco Internacional, Companhia de Telecomunicações e Hotel Miramar.

“Quem ouviu o Embaixador angolano fica com a impressão que se o Governo de Angola está a acompanhar o caso e que se chegar a conclusão que houve interferência do novo poder político são-tomense nesta decisão que acontece após a aprovação da lei interpretativa que afastou os antigos juízes do TC, o Estado angolano poderá por em causa certos aspectos de cooperação com São Tomé e Príncipe”, disse o analista Liberato Moniz que considera o caso da Rosema uma telenovela da justiça são-tomense sem fim à vista.

Esta semana será apresentado em São Tomé um documentário realizado por Nilton Medeiros e Jerónimo Moniz intitulado “Rosema o Maior Escândalo da Justiça são-tomense”.

Com intervenções de vários atores políticos e judiciais de São Tomé e Príncipe, o documentário será exibido no próximo dia 28 de julho na sede da UCCLA, em Lisboa.